Sabor

Beatriz estreia em restaurante famoso de SP com receita pantaneira

Chef levou prato típico da cultura e da gastronomia Terena para solo Paulista em festival gastronômico

Por Idaicy Solano | 04/04/2024 07:53
O prato tem origem indígena e é feito com mandioca, castanha de baru e especiarias. (Foto: Arquivo Pessoal)
O prato tem origem indígena e é feito com mandioca, castanha de baru e especiarias. (Foto: Arquivo Pessoal)

Lapapé Pantaneiro, prato criado pela empresária e chefe de cozinha de Beatriz Branco, 35, é responsável por levar um pedacinho do Pantanal sul-mato-grossense para o solo Paulista. O prato estreou no restaurante Charco, que ocupa a 36ª colocação no Latin America's 50 Best Restaurants, e está no Bib Gourmand e no Guia Michelin. 

A oportunidade de levar a culinária regional para lugares de grande destaque surgiu por meio do festival “Entrada Delas”, responsável por levar criações de mulheres chefes de cozinha a restaurantes premiados da Alta Gastronomia, com intuito de dar visibilidade à gastronomia feminina, inserindo novas chefs em restaurantes estrelados. O prato ficará disponível até o dia 15 de abril. 

Beatriz explica que o Lapapé é uma espécie de Biju de Mandioca, um prato típico da cultura e da gastronomia Terena. A receita inclui castanhas de baru, mandioca, shitake, champignon, manjericão, ora-pró-nobis, beldroega, cúrcuma em pó, pimenta biquinho em conserva no azeite e manteiga. 

Beatriz conta que prato foi inspirado no local em que cresceu e leva representatividade para festival. (Foto: Divulgação/Entrada Delas)

Sobre o processo criativo para estrear no festival, Beatriz conta que teve total liberdade para desenvolver o prato, mas enfrentou algumas adversidades pelo caminho, por conta de alguns ingredientes não poderiam ser encontrados com facilidade em São Paulo, como a especiaria de guavira e farinha de bocaiuva. O molho com especiaria de guavira, por exemplo, foi substituído por pesto de baru, castanha típica local.

Ela detalha que sua inspiração na gastronomia vem da riqueza cultural e das histórias da região em que cresceu, o Pantanal. “Lá, a culinária indígena é uma parte essencial da identidade local, e eu sempre senti a necessidade de trazer mais evidências dessa rica tradição para a mesa”. 

A escolha deste prato para o festival se deu pela representatividade da culinária do Pantanal, destacando ingredientes locais e as técnicas tradicionais de preparo. Beatriz diz que pensou nele como uma nova forma de olhar a gastronomia pantaneira. 

“Ao explorar nossa biodiversidade e os ingredientes locais, descobri um mundo de sabores autênticos e técnicas culinárias tradicionais que foram transmitidas de geração em geração. É incrível como cada ingrediente conta sua própria história e contribui para uma experiência gastronômica única”, diz.

Sobre ter uma criação sua estrelando em um restaurante de renome, Beatriz diz que o sentimento é de emoção e gratidão. Além disso, ela diz que estar nesta posição traz uma responsabilidade a mais e um lembrete de que deve continuar buscando se reinventar e contribuir positivamente com a culinária local. 

“É uma mistura de sentimentos que vão desde alegria e orgulho até humildade e gratidão. É uma validação do meu caminho profissional, um estímulo para seguir em frente mesmo diante de desafios e uma fonte de inspiração para continuar explorando e expandindo os limites no meu trabalho”, finaliza. 

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