Sabor

Após viajar mais de 1,4 mil km, Aline recomeça vida vendendo cocada na Capital

Ela veio do Rio de Janeiro há um mês para ajudar a irmã fazer e vender os doces de coco queimado, leite condensando e maracujá

Alana Portela | 03/12/2019 07:21
Aline da Silva Almeida segurando as cocadas de coco queimado, leite condensado e maracujá para vender (Foto: Alana Portela)
Aline da Silva Almeida segurando as cocadas de coco queimado, leite condensado e maracujá para vender (Foto: Alana Portela)

Aos 24 anos, Aline da Silva Almeida resolveu morar em Campo Grande para ajudar a irmã, Adriana a vender cocadas. São três sabores, leite condensado, côco queimado e maracujá por R$ 4,00 a unidade ou três doces por R$ 10,00. Ela está há um mês na Capital e escolheu o ponto do semáforo da Avenida Três Barras com a Avenida Eduardo Elias Zahran para trabalhar.

“Estou aqui de segunda a sábado, chego às 8h e encerro às 17h. Nos dias de chuva não venho, porque se molhar estraga as cocadas”, diz ela. Com um chapéu, óculos escuros e um sorriso no rosto, Aline passa de carro em carro oferecendo os doces.

De longe muitos pensam que é uma senhora, mas quando a veem de frente se surpreendem com a beleza e simpatia da moça. “Já levei bastante cantada aqui, mas vou relevando. É a ‘Cocada Chique’ trago 100 peças e tem dias que vendo mais da metade. O pessoal gosta principalmente da cocada de maracujá”, conta.

Os motoristas abaixam o vidro do carro para que Aline possa vender as cocadas (Foto: Alana Portela)
Ela passa de carro em carro oferecendo os doces enquanto o semáforo não abre (Foto: Alana Portela)
Cocada amarela por conta do sabor de maracujá é embalada num saquinho (Foto: Alana Portela)

Enquanto o semáforo não fecha, ela senta num caixote do lado de fora do Laboratório Sabin, onde se protege do sol quente. É só ver a onda vermelha que lá vai ela com as cocadas e carisma vender. Muitos motoristas não resistem aos doces e abaixam o vidro do carro para comprar.

As cocadas são feitas por sua irmã Adriana e tem um ingrediente principal que é segredinho da receita de família. “A receita é tradição na família do meu cunhado, ele ensinou minha irmã e ela faz muito bem. Durante o dia minha irmã faz os doces e enquanto estou nesse ponto, meu cunhado fica perto vendendo perto da Base Aérea”.

Aline é natural de Tocantins, mas estava morando no Rio de Janeiro antes de se mudar para a Capital. Viajou 1.416 quilômetros para recomeçar a vida vendendo cocadas com a irmã. “Ela está aqui há três anos, a gente sempre vendeu doces e quando chegou foi vender na BR. Contudo, como tem pouco pare, passou a trabalhar na cidade mesmo. Vim para ajudá-la”, comenta.

Carismática e sorridente, Aline mostra os três tipos de cocada que vende (Foto: Alana Portela)

Ao todo são seis irmãs com o mesmo trabalho, mas em estados diferentes. “Duas estão em Goiás, duas em Tocantins e nós aqui. Como sempre vendemos doces, já passamos por vários locais do país. Tivemos em Goiás, Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, normalmente ficamos no máximo dois anos, mas gostamos daqui e pretendemos ficar, inclusive minha irmã está montando uma microempresa”.

A partir de 2020, Aline pretende estudar para entrar na faculdade, pois sonha em ser personal trainer. “Quero cursar Educação Física e quem sabe um dia até ter uma academia. Só não corri atrás ainda porque acabei de chegar e ajudo minha irmã em casa, na preparação dos doces. Mas quero estudar para conseguir bolsa de estudo”.

Nesse pouco tempo que está na Capital, já conheceu os três shoppings e até o Parque das Nações Indígenas. “Vi os animais lá, capivara. Gostei daqui porque é uma cidade arborizada, não é só prédios como em outros estados”.

Apesar da novidade o que aperta ainda é a saudade dos parentes. Mas, o plano é reunir toda a família nesse mês em Goiás. “Sempre nos reunimos nas festas de fim de ano, minha mãe e irmãs vão pra lá”, diz ela animada.

Os interessados em encomendar as cocadas podem entrar em contato pelo número (67) 9 9187 - 9115.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram

Das 8h às 17h Aline vai na rua vender os doces (Foto: Alana Portela)
Nos siga no