Sabor

Ao som tradicional italiano, Tombo da Polenta vira caldeirão de 80 litros

Pela primeira vez em Campo Grande, tradição italiana virou espetáculo durante a Fenasul

Danielle Valentim | 07/04/2019 07:30
Momento mais esperado da noite. (Foto: Henrique Kawaminami)
Momento mais esperado da noite. (Foto: Henrique Kawaminami)

Ao som de “La Bella Polenta”, que traduzida descreve o processo da plantação do milho, produção do prato e hora que ela acaba na panela, família do Espírito Santo realizou pela primeira vez em Campo Grande, o “Tombo da Polenta”. O espetáculo que virou um caldeirão com 80 litros da iguaria aconteceu na primeira noite da 13ª edição da Fenasul (Feira de Produtos Gaúchos) e se repete neste domingo (7), às 20h.

Com a ajuda de três homens e correntes reforçadas, a caçarola gigante foi entornada em um verdadeiro show da tradição italiana. O panelão é uma réplica das usadas nas cozinhas das nonas na Itália e nas casas onde as famílias ainda mantêm o costume.

"Para celebrar e festejar o alimento está em primeiro lugar”, pontua Rosa. (Foto: Henrique Kawaminami)

O grupo Polenteiros da cidade de Alfredo Chaves foi o convidado para a tombar a polenta em Campo Grande. Rosa Maioli explica que o Espírito Santo foi o primeiro estado a receber os imigrantes italianos e que a polenta, prato típico da região norte da Itália, foi a receita que alimentou os colonizadores italianos nos primeiros anos em terras capixabas.

“É uma tradição dos nossos nonos e nonas e é um alimento que sustenta. Para celebrar e festejar o alimento está em primeiro lugar”, pontua.

Mas por que tombo? Pela tradição, quem preparava a polenta para a família era sempre a matriarca. Depois do alimento pronto, a mãe ficava na ponta da mesa, tombava a polenta em uma tábua e fazia a divisão do alimento.

A base é a farinha de milho - o fubá -, e a receita representa um ritual e símbolo de união familiar.

Em Campo Grande, o “Tombo da Polenta”, é uma festa à parte. O público se reúne em volta e disputa lugar para conseguir uma foto do espetáculo. Ao fim, o alimento típico foi servido ao público da Fenasul.

Edimar ressalta que receita para polenta no ponto de cortar tem de usar o dobro do fubá. (Foto: Henrique Kawaminami)

Não há uma conta exata para a receita, pois segundo Edimar Vaneli, depende do estilo da polenta. Para comer com o molho à bolonhesa, que foi o caso desta sexta-feira, a mistura tem de estar molinha.

Para a estreia do evento foram fabricados mais de 80 litros de polenta, com a mistura de cinco quilos de fubá. Edimar ressalta que quando a intenção é fazer a polenta para cortar precisa do dobro do fubá. O caldeirão veio direto de Alfredo Chaves.

Para a baiana Raiane Azevedo Fagundes, de 27 anos, tudo no evento foi novidade, até mesmo comer polenta. "Essa e a primeira vez que como polenta. Eu também não sabia dessa tradição. Quando vi achei estranho, mas está muito gostoso", disse.

Esposa de gaúcho, Vanessa Maia disse que o marido já havia comentado do evento, mas nunca tinha visto de perto. "Gosto de qualquer jeito, com queijo, com frango e com o molho à bolonhesa não tem como ser ruim", disse Vanessa.

Para a baiana Raiane Azevedo Fagundes, de 27 anos, tudo no evento foi novidade, até mesmo comer polenta. (Foto: Henrique Kawaminami)
Esposa de gaúcho, Vanessa Maia disse que o marido já havia comentado do evento. (Foto: Henrique Kawaminami)

História - A Festa da Polenta surgiu por iniciativa do Padre Cleto Caliman, em 1978, quando foi convidado para ir a uma Festa da Polenta em Sagrada Família, no município de Alfredo Chaves. Ele achou a ideia interessante e resolveu criar a festa em Venda Nova, onde o prato principal era a polenta. Desde então, o Tombo da Polenta faz parte da programação da festa.

Fenasul - Com mais de 50 expositores, a Fenasul começou ontem (5) em Campo Grande, no Círculo Militar, e trouxe comerciantes de todos os cantos do Brasil para vender em Mato Grosso do Sul.

Dos típicos produtos dos Pampas, à decoração e acessórios, o evento é uma oportunidade de reforçar o estoque de chocolate, salames, queijos, vinhos e, caso ainda não conheça, experimentar as cucas gaúchas.

A equipe do Lado B foi conferir e, assim como em anos anteriores, se deparou com opções incontáveis. Os chocolates vindos, diretamente, de Gramado saem a partir de R$ 3. Além das delícias, há estandes com roupas que valem a pena o investimento.

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Polenta tombada sendo servida ao público. (Foto: Henrique Kawaminami)

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