Moda

Rua sobrevive de ponta de estoque no Centro, mas com pechinchas de qualidade

Ângela Kempfer | 24/08/2011 10:29
No amontoado de peças, pontas de estoque se salvam. (Foto: João Garrigó)
No amontoado de peças, pontas de estoque se salvam. (Foto: João Garrigó)

A loja é um galpão na avenida Calógeras, com gôndolas desde a fachada até os fundos do prédio.

Quem “fuça” bem, encontra peças de ponta de estoque de grifes, como Vide Bula e Colcci. Aparentemente, tudo é original, com pequenos defeitos e de coleções passadas.

A fachada da Cooperativa da Moda lembra um grande varejão e anuncia “A mais barata da cidade”.

As peças são compradas direto nas indústrias e muitas não são aproveitadas. Ao lojista, não cabe escolher o que vem no pacote que é vendido pelas empresas em fardos fechados.

Os valores vão de R$ 3,90 até R$ 50,00. As melhores peças são camisetas masculinas e as calças jeans, muitas com lavagens modernas a R$ 30,00 ou R$ 50, 00, que custam mais de R$ 100,00 em shoppings, por exemplo.

Com R$ 30,00, por exemplo, a mãe levou 6 peças para a filha de 5 anos: 2 camisetas, 1 vestido, 1 calça e 2 saias.

O local é um achado para quem tiver paciência de procurar entre milhares de roupas. O bancário Alcides da Silveira Neto, de 26 anos, indica a compra para os amigos, porque já descobriu que a roupa não é do tipo que em uma lavagem fica detonada.

“Penso que é peça original com defeito. Compro há muito tempo e elas resistem. Comprei peças há mais de anos e ainda tenho”, diz Alcides.

Sapatos custam até 70% menos, mesmo de marcas conhecidas.

As lojas de sapato também descobriram há tempos o bom negócio. Na Calógeras, a Loja do Camilo tem a maior clientela.

As peças infantis são o melhor negócio e custam um terço do valor de grandes redes, como Anita e Gabriela, com a vantagem da beleza e de haver maior diversidade.

A compra também é feita em fardo fechado, mas os pares não aparentam qualquer defeito.

Um sapatinho infantil de festa, por exemplo, custa R$ 30,00 e o tênis colorido, pronto para a nova estação, sai por R$ 25,00.

A venda é tão boa, segundo os proprietários, que a indústria não dá conta de fornecer esse tipo de “rebarba”.

Antes, a loja comprava 2 mil pares por mês, agora, tem dificuldade de comprar 600 por quinzena.

Ao longo da rua, quase todas as lojas adotaram o mesmo sistema, mas a rotatividade em várias delas, ao contar pela poeira nos modelos que ficam expostos, é bem baixa. Mesmo assim, a caminhada pode valer muito ao bolso.

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