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No fim da década de 80 surgiam os primeiros videogames portáteis coloridos

Edson Godoy | 23/12/2014 06:56
No fim da década de 80 surgiam os primeiros videogames portáteis coloridos

Na matéria anterior falamos sobre o Game Boy, o console portátil da Nintendo que dominou o mercado com ampla margem e que abriu caminho para o domínio total da empresa nessa área, que dura até hoje. De olho nessa fatia de mercado, as concorrentes da época, Atari, SEGA e NEC, rapidamente se mexeram para tentar criar um rival à altura para o arrasador console da Nintendo.

A Atari tenta o pulo do gato, com o Lynx:

Eis que em outubro de 1989, apenas dois meses após o lançamento do Game Boy, surge o Atari Lynx, que foi o primeiro console portátil colorido da história. Além disso, ele também foi o primeiro console portátil de 16 bit (o Game Boy era 8 bit). E não para por aí: o console também foi o primeiro a possuir tela com luz própria. Três evoluções de muito peso para aquela época. O portátil da Atari ainda trazia outros mimos, como cartuchos em formato de cartões, e com a possibilidade de ter seus controles invertidos para se adequar tanto a destros quanto a canhotos, e até mesmo para se jogar com a tela na vertical, para melhor aproveitar algumas versões de arcade que foram lançadas para o console.

Mas o leitor então se pergunta: Com tantas inovações, por que o console de Atari foi pouco conhecido e não obteve sucesso no mercado? Nem tudo era positivo no aparelho: ele era grande e um consumidor árduo de pilhas!! Para nós brasileiros, o console foi quase um total desconhecido, pois jamais foi lançado por aqui, ficando a sua presença restrita a um ou outro sortudo com acesso fácil à importação. Algumas revistas até mencionavam a existência do aparelho, mas sempre com pouca ênfase. Nos Estados Unidos e na Europa, o console até ia bem, vendendo em torno de um milhão de unidades até 1991. Porém isso não era nada frente ao tanto que o rival da Nintendo vendia.

A Atari também não era mais a mesma e seus jogos já não revolucionavam como antes. Soma-se a isso o suporte zero dado pelas softhouses japonesas como Konami e Capcom. Em 1991 a Atari ainda lançou o Lynx II, uma versão um pouco menor, mais leve, mais econômica e melhor construída do Lynx, mas isso não foi o suficiente para salvar o console, que foi oficialmente descontinuado em 1996, quando a Atari fechou as portas. Detalhe que já em 1993 era possível comprar o aparelho novo por U$ 25 nos Estados Unidos, tamanho era o desinteresse do público por ele.

 

Game Sega Gear.

A SEGA surge com um competidor de peso:

A SEGA, vendo o sucesso estrondoso da Nintendo no mercado de portáteis, tratou de acelarar o projeto de lançamento de seu pequeno console. Eis que em outubro de 1990, mais de um ano após o lançamento do Game Boy, chega no Japão o Game Gear. O console era muito mais avançado que o seu rival, possuindo tela colorida com luz própria (de qualidade ainda melhor que a do Atari Lynx) e um hardware muito semelhante ao do Master System, porém com melhorias na paleta de cores disponíveis. Essa semelhança possibilitava inclusive o uso de um adaptador para rodar jogos do Master System no Game Gear.

Todos os grandes sucessos da SEGA recebiam versões para o portátil, o que o tornava extremamente atrativo. Porém o console não era perfeito. Longe disso! Ele possuía problemas parecidos com o Lynx, com uma carcaça muito grande, que tornava o portátil mais difícil de carregar que o Game Boy, e também era um grande consumidor de pilhas. Além disso, a partir de 1994 a SEGA diminuiu drasticamente o suporte ao aparelho, em favor do Mega Drive e seus periféricos (Sega CD e 32X). Essa foi a pá de cal nas aspirações do Game Gear.

O console foi descontinuado em 1997, com vendas que superam as onze milhões de unidades. No Brasil o console fez grande sucesso. Seguindo a onda do Master System e do Mega Drive, a Tec Toy lançou o Game Gear por aqui em 1991. É provável que no Brasil o console tenha rivalizado de igual para igual com o Game Boy, já que o console da Nintendo demorou um bocado para ser lançado oficialmente por aqui.

O Turbografx-16/PC Engine da NEC vira portátil:

Em outubro falamos sobre o Turbografx-16 / PC Engine, console de 16 bit que fez bastante sucesso, principalmente no Japão (leia a matéria aqui). Eis que a NEC teve uma ideia que parecia infalível: se o seu console caseiro estava fazendo tanto sucesso, por quê não lançar uma versão portátil dele? Leve-se em conta que o Turbografx-16 era bem mais potente que Game Boy, Game Gear e Lynx. Parecia uma barbada, certo? É... mais ou menos...

Então surge o Turbo Express, ou PC Engine GT (no Japão). O console possuía exatamente o mesmo hardware de seu irmão de mesa, sendo compatível com toda a biblioteca de jogos em cartão (Hucards). Possuía uma tela colorida com luz própria, ainda mais avançada que de seus rivais, porém um pouco menor que a tela do Game Gear e do Lynx. Seu tamanho ficava entre o Game Boy e o Game Gear, o que o tornava bem mais portátil que seus rivais coloridos. Mas ele tinha o mesmo problema que afetou todos os consoles coloridos da época: o alto consumo de pilhas. Além disso, o que mais espantou os consumidores era o preço: U$ 250, bem maior que seus rivais.

O Turbo Express foi descontinuado juntamente com os consoles de mesa da linha PC Engine em 1995, com um número estimado de venda de 1 milhão e meio de unidades. Confira no vídeo logo abaixo o game Fantasy Zone, clássico da SEGA que foi lançado para o Game Gear e também para o Turbo Express, que é a versão mostrada no vídeo.

Chegamos ao final de mais um capítulo do nosso especial História dos Videogames. No próximo falaremos sobre um dos consoles mais venerados da história: o Neo Geo da SNK. Desde já desejo um feliz natal a todos os leitores da coluna, com muita paz, amor e claro, muitos jogos.

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