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Dez anos de Red Dead Redemption, uma jornada inesquecível

Fernando Fenero | 07/07/2020 07:04
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Foi em 2006 o ano em que consegui comprar meu Xbox, e comprei com ele Red Dead Revolver. Este era meu retorno ao mundo dos videogames depois de um hiato de alguns anos, sem saber que outros aconteceriam. O jogo me capturou completamente, baseado em western spaghetti, o título era conhecido como “GTA de Faroeste”, com todo aquele tempero de sessão bang bang e dos tempos em que assistia filmes com meu avô.

Muitos anos depois, um amigo resolve fazer um negócio com seus videogames, e me presenteou com um Playstation 3 japonês, não havia dúvida do que eu iria atrás: Red Dead Redemption.

Não se trata de uma continuação. Hoje seria tratado como um reboot da franquia principalmente por se comunicar pouco com o jogo anterior em todos os aspectos. Redemption é um jogo de 2010, a Rockstar já estava 12 anos na estrada desenvolvendo, e dessa vez fez uma obra prima, considerada por muitos uns dos melhores games dessa geração.

Quando pude botar minhas mãos na aventura, percebi a diferença de cara. Sai Red, o protagonista meio índio, para a chegada de Jonh Marston, um ex-fora da lei que é visitado pelo seu passado sombrio. Se Revolver era Western Spaguetti e adaptava bem o gênero de filmes de faroeste americano, gravados na Espanha com atores italianos e que continham doses de humor, aqui temos o faroeste cru e raiz, um roteiro que faria Jonh Wayne chorar.

O roteirista da trama é Dan Houser, que juntamente com seu irmão Sam, fundou a Rockstar e todo seu controverso jeito de retratar o mundo em seus jogos. Foi da mente e mãos de Dan que saíram nomes como GTA, Max Payne e Manhunt, mas na minha opinião é em Red Dead Redemption onde ele brilha.

O jogador tem acesso a um enorme mapa, e tem que se virar com as consequências de seus atos, podendo ser perseguido, morto e desprezado se agir como um criminoso, da mesma forma que será temido e respeitado se trabalhar ao lado da lei. Isso hoje em dia é mais comum, mas foi aqui o maior impacto desse tipo de fenômeno nos games até então.

Isso eleva a jogatina a outro patamar, matar agora tinha consequências e não só uma multa, afetaria a história como um todo, e junto com o roteiro bem amarrado, o jogador fica imerso na história de Marston focado a dar um jeito de voltar para sua família.

Esse é o filé de Red Dead, mas os acompanhamentos são tão bons quanto. As possibilidades são infinitas, o jogador pode caçar, roubar, domar cavalos, cuidar do gado, vender peles, colher ervas, e trabalhar ajudando o xerife nas capturas de criminosos. E se aqui já garantiria dezenas de horas de gameplay, a Rockstar coloca uma cereja nesse sundae de chocolate com a DLC Undead Nightmare, onde o velho oeste recebe uma pintura apocalíptica de infestação zumbi, um conteúdo que realmente vale a pena adquirir.

Em 2020 completam dez anos do lançamento de Red Dead Redemption, e ganhamos recentemente um novo título da série, também aclamado pela crítica e jogadores, ainda que sem o mesmo impacto do primeiro, que é considerado por muitos um marco na história dos jogos eletrônicos. Não é diferente comigo, sempre que controle Jonh Marston na sela de seu cavalo, quem segura o controle não é o homem, mas o menino de pouca idade que se divertia assistindo os faroestes com o seu saudoso avô. Desculpe o clichê, mas foram bons tempos.

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