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Se depender da mãe faixa preta em judô, Guilherme já vai nascer crossfiteiro

A rotina de exercícios foi liberada pelos médicos e é acompanhada de perto pelos educadores físicos nos treinos da futura mãe Dani

Paula Maciulevicius Brasil | 30/01/2020 06:45
Fernando e Dani, policiais militares e futuros pais de Guilherme. (Foto: Carlos Brandão)
Fernando e Dani, policiais militares e futuros pais de Guilherme. (Foto: Carlos Brandão)

Nem o barrigão de 38 semanas fez Danielle Perete, de 32 anos, deixar de lado a rotina de treinos. Faixa preta em judô, ela ainda faz corrida, musculação e crossfit. Com tanto pique assim, se depender da mãe, Guilherme já vai nascer crossfiteiro. Até o ensaio de gestante foi dentro de uma academia, entre pesos, barras e circuitos.

Formada em Matemática, Dani tem um sotaque nordestino que soa como canção aos ouvidos. Sergipana, a gestante está na Capital há sete anos, depois de conhecer o, hoje, marido em um curso de oficiais. Os dois são policiais militares. 

No entanto, a intensa atividade física já vem muito antes da carreira militar. "Comecei a treinar criança, meus pais sempre incentivaram, apesar de não serem praticantes de esporte nenhum", conta. A rotina de exercícios começou quando ela tinha 7, aos 11 já lutava judô e há uma década é faixa preta na modalidade. 

Ensaio de gestante foi onde o casal faz crossfit, uma das várias atividades da rotina. (Foto: Carlos Brandão)

Ao confirmar a gestação, Danielle marcou obstetra e em vez do marido, quem a acompanhou foi uma amiga educadora física. "Ela expôs toda a minha rotina de treino para a doutora Rúbia (médica obstetra), que ponderou o que eu poderia ou não fazer", explica. Os exercícios todos continuaram, com exceção da luta. "Como o treino ocorre em tatame e local fechado, o professor ficou com receio de acontecer algum tipo de acidente. A médica já tinha liberado para fazer a parte física e a execução de técnicas, mas não o combate", relata.

Nos dias em que faz um intenso treino de corrida, e, por intenso entende-se um treino longo a partir de 15 quilômetros, por exemplo, as próximas 24h serão de folga. Com tanta atividade é mais fácil perguntar o que Danielle não faz. "Ficar parada", brinca. Até pole dance ela estava fazendo, mais por conflitos de horários, resolveu adiar a ideia e, também, porque a atividade era a mais leve. "Eu abdico do treino mais leve para ficar com o mais intenso", detalha.

Ao todo, na gestação que caminha para a reta final, a policial ganhou 12 quilos, mas nem precisou comprar roupas de exercício novas. Porque normalmente elas esticam e têm boa sustentação", completa.

Em meio a tamanha disposição, tanto nos exercícios como no trabalho, a gestante diz que não teve um dia sequer que tenha passado mal. Seja tontura ou pressão. "A única mudança foi um cuidado maior em relação a perceber qual era o limite do corpo. A obstetra me deixou muito tranquila com isso, porque ela falou que eu iria perceber quando não aguentasse mais", conta.

O alerta da médica também foi quanto às prioridades neste período. "Ela me deixou bem claro que não era o momento de ganhar performance e nem inventar algum esporte novo. Era para fazer as coisas com as quais eu já estava adaptada e sempre dentro dos meus limites".

Todo trabalho foi liberado pela obstetra e acompanhado de perto por profissionais. (Foto: Carlos Brandão)
Faixa preta em judô, Dani já pensa no primeiro esporte que Guilherme praticará. (Foto: Carlos Brandão)

Entre tantos palpites que qualquer gestação já desperta, imagina o que Danielle não ouviu por pegar firme nos exercícios? O cuidado dos profissionais é completamente aceitável, mas os olhares ao redor...

"O palpite é uma constante na vida da gente, não é? Se eu tivesse parado de treinar iam me criticar, treinando também. Então o que eu busco fazer é assimilar, até para não ficar chateada, o que vejo que é informação de qualidade, eu pego. O que vier com preconceito e desinformação, deixo entrar por um ouvido e sair pelo outro", desabafa. "Minha rotina não vai mudar e os profissionais que me acompanham, médica, fisioterapeuta, doula e educadores físicos, são muito qualificados", frisa.

Quanto aos preparativos para o trabalho de parto, a judoca espera contar com a rotina de atividades para enfrentar contrações. "Os exercícios sempre me ajudaram de alguma maneira com a minha saúde e no meu desempenho no trabalho. Eles sempre foram constantes na minha vida, então espero que me ajude sim, até porque existem estudos que mostram o quanto auxilia no parto e também na recuperação após", fala.

Guilherme já está para chegar e a mãe imagina o que ele pensará sobre as fotos num futuro. "Vai dizer: 'olha meus pais? Quase nasci na academia', brincadeira. Eu espero que ele siga os nossos passos e busque uma vida saudável, uma alimentação saudável, que foque a vida dele na saúde". Assim que for liberado pela pediatra, o bebê vai começar natação com os pais, o que deve acontecer depois do sexto mês aqui fora.

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