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Na falta do mar, lagoas e Parque das Nações viram trilha para stand up paddle

Naiane Mesquita | 19/06/2015 06:34
Sup pode ser praticado por crianças e adultos (foto: Marcelo Rebuá)
Sup pode ser praticado por crianças e adultos (foto: Marcelo Rebuá)

Quem nunca ouviu alguém falar que em Campo Grande só falta mar? Pois bem, para os adeptos do stand up paddle, que se revezam entre lagoas particulares e projetos no Parque das Nações Indígenas, isso não é um impedimento para conseguir praticar o esporte aquático.

Democrático em relação a faixa etária, nas fotos de quem pratica é possível ver crianças e até cachorros, o "sup" tem baixo impacto para o corpo, mas muita perda calórica.

O movimento é tão organizado em Campo Grande que tem até uma APSUP (Associação Pantaneira de Stand Up Paddle), que reúne os competidores e praticantes do esporte. "Em Campo Grande é ainda mais difícil porque não tem rio dentro da cidade, mas o pessoal pratica em lagoas particulares de condomínios, em clubes e agora estamos com um projeto para liberar no Parque das Nações Indígenas", afirma o presidente Apsup, Marcelo Rebuá.

Daisy (de branco) se aventurou no Rio Paraguai durante uma competição

Apaixonado pelo esporte, Marcelo conheceu o sup durante uma viagem de férias à Austrália em 2012. Quando voltou de lá, o paulista que adotou Campo Grande como terra natal, estava decidido a seguir com a prática. "Eu tinha o objetivo de explorar os rios da região. Comprei uma prancha e comecei a ir. A primeira viagem eu fiz com uma amiga para Piraputanga, mas já fui para outros lugares. Olhava no Google Maps e via onde tinham rios que davam para praticar", explica.

Na segunda viagem Marcelo já tinha um grupo. "Um amigo meu comprou a prancha e fomos com um grupo de amigos. A gente revezava, cada um descia uma hora. Agora, atualmente nós devemos ter cerca de 60 pranchas no Estado", aponta.

Uma delas é da designer de interiores, Daisy Metello, que ganhou a prancha no aniversário de 50 anos e foi amor à primeira vista. "Nunca imaginei que gostaria do sup. Eu via as pessoas fazendo, achei legal e me apaixonei pelo esporte. Meu marido é o dono da Lagoa Rica e eu sempre quis fazer algo na lagoa, ele já tinha uma canoa, mas eu não praticava nada", diz Daisy.

Agora, a Lagoa acabou virando um ponto de encontro do grupo. "Quem rema a primeira vez não quer mais parar", brinca a designer.

Em competição ganha quem chegar mais rápido e desviar melhor dos obstáculos

Para ela, o que mais soma na vida é qualidade física e mental que vem com a prática constante do exercício. "Minha vida mudou, eu conheci pessoas maravilhosas fazendo o sup, todo mundo se ajuda, é uma união imensa, um cuidando o outro, ajudando a preparar o material e você passeia com tranquilidade, é uma excelente atividade física para o braço, abdômen, perna, além de ser uma terapia de relaxamento que não agride o meio ambiente", defende.

Quem ficou interessado em praticar vai precisar investir no mínimo R$ 4 mil em um prancha. "São vários modelos, mas um profissional é de R$ 6 mil a R$ 11 mil. Ainda tem a opção de comprar um usado que sairia por R$ 4 mil. O remo de carbono que é o melhor custa R$ 1 mil e aqui em Campo Grande não vende. O jeito é comprar usado ou em lojas de outros estado", afirma Marcelo.

Com as competições que começaram a surgir em Mato Grosso do Sul em várias cidades como Corumbá e Aquidauana, o esporte parece ter chegado para ficar. "É antes de tudo um estilo de vida. Em Corumbá durante o Pantanal Extremo tivemos competidores de 60 anos, mulheres acima de 50 que se reencontraram no esporte. Você tem um contato direto com a natureza e sempre está em busca de novos lugares para remar".

Os interessados na prática podem entrar na página da associação no Facebook: https://www.facebook.com/APSUPMS

Praticantes fazem uma verdadeira caça aos rios e lagos de Mato Grosso do Sul
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