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Horta em casa virou terapia para Suzana que venceu momentos difíceis

O que era um cantinho abandonado no jardim virou sossego e recomeço para a funcionária pública

Willian Leite | 14/07/2018 07:40
Na contra mão do convencional, os problemas foram amenizados com cultivo de horta. (Foto: Fernando Antunes)
Na contra mão do convencional, os problemas foram amenizados com cultivo de horta. (Foto: Fernando Antunes)

Foi para amenizar a tristeza que assolava os dias em família que a funcionária pública, Suzana Barbosa Lima, de 49 anos, deu início a rotina de cuidar uma horta no quintal de casa. A iniciativa que parece simples diante de tantos problemas, foi transformadora na vida quem hoje afirma ter vencido a depressão.

Suzana é moradora no Bairro Jardim Montevidéu e conta sua trajetória dentro de casa. De 2016, as lembranças de um dos momentos mais difíceis na vida ainda são nítidas na memória, mas hoje falar sobre o assunto ficou muito mais fácil.

A fase mais difícil foi quando um irmão, que mora no Rio de Janeiro, devido a problemas de saúde, ficou quatro meses em um hospital psiquiátrico. Desde então, a intensa dedicação à família foi o sinal de que a rotina precisava de um cuidado extra. 

"Aproveitei esse momento para transformar tudo em uma coisa positiva. A horta me fez enxergar, mesmo diante de um turbilhão de problemas, um impulso para dar a volta por cima", explica.

Pés de alface virão salada fresca para refeições. (Foto: Fernando Antunes)
Espaços que antes era apenas parte do jardim hoje é o refúgio de Suzana. (Foto: Fernando Antunes)

Além de superar desafios com o manejo das plantas, Suzana tornou-se exemplo para a filha Maria Rosa, de 9 anos, que se uniu a mãe para ajudar no cultivo.

"As pessoas que vêm aqui em casa me perguntam sobre a ideia, digo sempre que isso me deixou muito harmonizada com a natureza. A horta foi a chave para ficar bem, Maria e eu colocamos a mão na massa, quero dizer, a mão na terra e isso nos trouxe paz interior e na verdade foi como uma ignição para irmos em frente".

São mais de 20 espécies de plantas, inclusive PANC (Planta alimentícia não convencional), alface, tomate, berinjela, pimenta, alho japonês, brócolis e rúcula fazem parte do cultivo. O remédio, segundo ela, teve efeito quase que imediato.

"Temos que fazer algo positivo quando estamos atravessando uma situação difícil, o certo é pensar em fazer algo bom e a horta foi uma força do bem aqui em casa, para mim e minha filha. Isso refletiu de maneira positiva em todos".

Suzana fez uma horta simples no chão do quintal e depois construiu na encosta do muro, dois canteiros, com cobertura para filtrar os raios solares e assim manter a qualidade dos alimentos.

Mãe e filha cuidam juntas de cultivo de horta. (Foto: Fernando Antunes)

"Tem algumas ervas como: alecrim, coentro, poejo, orégano... O legal é que quem vem, se inspira e alguns pedem para levar mudas".

Dois anos após sair do hospital, o irmão de Suzana continuou o tratamento em casa e melhorou, especialmente, com a dedicação da irmã com o plantio. "Quando comecei mandar fotos, ele também recebeu a mesma energia positiva que elas (hortaliças) me proporcionam. Desde então tudo foi ficando mais leve", diz.

Hoje, as três filhas e Suzana tornaram-se vegetarianas e afirmam não sofrerem com a escolha. "Além de descobrir um estimulante natural para superar a tristeza, que a vida às vezes nos propõe, aprendemos a comer nosso próprio alimento e ter uma vida, cada dia, mais saudável", finaliza.

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