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Após perder 60 kg, Ludmilla é prova de que emagrecer em 1 ano não é fichinha

Ela diz que nunca ligou em ser "gordinha", mas mudou quando a obesidade colocou sua vida em risco

Thailla Torres | 05/04/2019 08:45
Saia 52 em um manequim 38. (Foto: Aurélio Marques)
Saia 52 em um manequim 38. (Foto: Aurélio Marques)

Por muito tempo, a gestora Ludmilla Almeida deu uma banana para o mundo afetado com as aparências. Gorda desde à infância, na vida adulta chegou aos 126 quilos e manequim 56, sem se importar com o sentido deturpado da beleza, e fez certo. Mas, ao entrar para o “time” da obesidade mórbida, ela viu a gordura colocar sua vida em risco. Foi quando nasceu de novo para cobrar si uma vida mais saudável.

O resultado a fotografia acima escancara. Ludmilla perdeu em 1 ano e 4 meses mais de 60 quilos, ela garante, sem bariátrica. À primeira vista parece fácil perder peso em um intervalo consideravelmente maior do que o desafio de emagrecer em três meses, mas ao pensar como é fácil desistir nos dias de hoje, levar esse tempo para se ver magra não é para qualquer um.

Ludmilla transformou a vida, acredite, depois de um programa de televisão. (Foto: Aurélio Marques)

Isso porque não é fácil lutar contra uma vida inteira de cobrança para ser magra enquanto você sente feliz gorda. Foi assim durante 30 anos na vida da gestora. “As pessoas me viam obesa e eu me via apenas gordinha. Se isso era ou não parâmetro para beleza eu nunca me importei, sempre me senti feliz. Mas, colocar meu sobrepeso no diminutivo “gordinha” me fez ficar em segundo plano, ao ponto de perder a minha saúde”.

Em abril de 2016, pesando 126 quilos com 1,59 metros de altura, Ludmilla entrou em pânico. “Passei a ficar sem dormir porque tinha medo de enfartar ou passar mal deitada”, descreve, embora o pânico não tenha feito ela mudar a rotina. “Isso não me fez despertar, continuei comendo e engordando, mesmo com o pânico de morrer”, acrescenta.

A rotina desregrada seguiu firme durante alguns meses. Ludmilla pulava o café da manhã para encarar dois ou até três pratos de comida na hora do almoço. No jantar outra pratada sem dó. Exercício físico? Nem de longe. Foi assim até que, as horas sentada no sofá, fez alguma diferença.

“Eu estava em casa assistindo um programa de televisão que mostrava a vida de obesos com mais de 200 quilos. As cenas foram tão chocantes que eu larguei o prato de comida pensando no meu futuro aos 40 ou 50 anos”.

No dia seguinte, em setembro de 2016, ela decidiu mudar, mas sem dieta maluca ou receita “milagrosa”. “Antes de qualquer coisa eu precisei trabalhar meu emocional. Afinal, eu queria mudar, mas sabia que isso não aconteceria do dia para noite, nem em poucos meses. Precisei me cuidar para não desistir”.

Foram clínico geral, endocrinologista, exames, muitos exames até a chegada ao nutricionista, parte ainda mais desafiadora para Ludmilla. “Nas outras dietas eu sempre colocava como meta emagrecer pelo menos cinco quilos em poucas semanas. Não dava certo e eu desistia. Com o nutricionista foi tudo diferente, mas não fácil”.

O processo de reeducação alimentar não é fácil, embora traga benefícios, por isso, Ludmilla precisou se apegar, unicamente, à disciplina. “Mais do que vontade de emagrecer, comidinha saudável, academia paga, tudo o que você precisa trabalhar é a disciplina. Sem ela você não consegue”.

Ludmilla entrou no processo reeducação e exercício físico sem prazo para o emagrecimento. “Justamente porque busquei um processo saudável, consciente e equilibrado. Obviamente queria emagrecer, mas esse não era o único foco”.

Ainda que os anos de gordura não foram um tormento, Ludmilla lembra de fases difíceis, principalmente, num mercado onde o tamanho G só veste M. “Eu entrava numa loja e as vendedoras me olhavam com a certeza de que não haveria roupa para mim”, conta.

Hoje, nas redes sociais e na vida, seu discurso é da superação, mas longe de imposições para que outras mulheres alcancem o mesmo peso. “Eu deixo claro, principalmente, às pessoas que entram em contato comigo pedindo dieta, receita e fórmula para o emagrecimento que não é só sobre ser magra na vida, mas é ter prazer de viver e fazer coisas que o cansaço não me permitiam, por exemplo, ser feliz correndo e fazendo trilhas, enxergando na rotina saudável um novo jeito de viver”.

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