Diversão

Troca na Prefeitura acaba até com bloco que já era tradição no Carnaval

Ângela Kempfer | 05/02/2013 07:39
Desfile do Fubá pelas ruas de Campo Grande.
Desfile do Fubá pelas ruas de Campo Grande.

Todo Carnaval em Campo Grande começava com o desfile do Bloco do Fubá. Eram milhares de pessoas, puxadas por servidores públicos estaduais e municipais, que criaram o grupo em 2004. Mas como muitas outras mudanças neste início de ano, o Fubá também acabou.

Como a movimentação na sexta-feira permaneceu firme por 8 anos, o bloco até poderia ter vingado como patrimônio da cidade, mas não foi o que ocorreu.

Um dos criadores, o presidente da Fundação de Cultura do Estado, Américo Calheiros, diz estar “triste pela cidade”, mas conta que já estava afastado do bloco. “No ano passado não fui chamado a participar e acabei me afastando”, lembra.

O Fubá surgiu em uma época de decadência acentuada no Carnaval de Campo Grande, com falta de ânimo do público e dinheiro do governo. “Criamos o Fubá para incentivar a criação de outros blocos, para levar o povo para rua, porque isso é o mais importante, é o que movimenta a festa”, explica.

Com o passar dos anos, o número de blocos e cordões cresceu e hoje a associação que representa os 13 grupos recebe recursos do Município para distribuir entre os associados como incentivo.

Com a troca de prefeito, a atual administração não se interessou pelo Fubá. Mas o pior é que nem os seguidores se importaram a ponto de abrir mão do investimento público - que bancava o trio elétrico, e encarar a rua só na base da alegria.

A justificativa da Fundação de Cultura, responsável pela organização do bloco, é falta de dinheiro em caixa, diz a diretora da Fundac, Clarice Benites. “Não tinha dinheiro nem tem tempo hábil para organizar”, completa. 

A promessa é de retorno em 2014, mas com outro nome. A avaliação é que o Bloco do Fubá tinha a cara da antiga administração, por isso a necessidade de alteração. Além da marca Nelsinho, também levava a carga Puccinelli. Um dos criadores foi o secretário de governo, Osmar Gerônimo. Realmente, na lista de quem costumava se divertir estão outros secretários, deputados e vereadores da base aliada. 

Alguns dizem que os servidores eram obrigados a aderir. O fato é que no ano passado quase 5 mil pessoas acompanharam o Fubá, segundo estimativa da Polícia Militar e, durante o tempo que desfilou, dinheiro do município foi investido para que o bloco servisse de estímulo ao Carnaval de Campo Grande.

 

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