Diversão

Repertório na fonte da Ary Coelho muda para agradar gostos, mas nem tanto

Anny Malagolini | 04/01/2013 06:39
Ramona e os filhos, alguns dos frequentadores da Ary Coelho.
Ramona e os filhos, alguns dos frequentadores da Ary Coelho.

Todo dia é assim no fim da tarde na praça Ary Coelho. As buzinas, o falatório diminuem para entrar a música, em uma das quadras mais movimentadas da cidade.

Quem passa por ali já deve ter ouvido e prestado atenção na fonte, instalada com tecnologia depois da reinauguração do espaço. A curiosidade começa com a dança das águas, no ritmo dos acordes.

Para melhor efeito, o mais aconselhado é música clássica, mas “a voz do povo é a voz de Deus”, não teve jeito, e no meio de inúmeros pedidos, a música popular brasileira entrou na playlist.

De acordo com os seguranças que cuidam da praça, os pedidos de músicas são diários, sempre acompanhados de reclamações por conta das canções clássicas: “Música chata, ouvir toda hora enjoa”, é o que mais se escuta.

Então, a solução foi tentar unir o pedido ao ideal. O rock clássico do Queen, o sertanejo mais de raiz, no máximo um Zezé di Camargo e Luciano. Mas não adianta reclamar, arrocha ou outro ritmo mais chiclete não combina, avisam os responsáveis.

Os estudantes Egon Zach, 17 anos, e Jakline Nogueira, 16 anos, não aprovaram a seleção de música da praça, porque só "toca música antiga".  “Tem que ter músicas da atualidade, musica eletrônica, mais comercial mesmo”, pede Egon.

Quem coloca a fonte para dançar é o piscineiro contratado pelo prefeitura. Depois de muita perturbação, ele diz que coloca a música para tocar e sai correndo. Se esconde por conta dos pedidos, que são muitos. “Tem gente que odeia, tem gente que acha interessante, é difícil agradar a todos”, explica.

Ramona Chamorra, 28 anos, é estudante é considera "a música boa pela diversidade de sons". Apesar de não achar ruim, o clássico ainda é o favorito da estudante por combinar mais com o ambiente.

A música e o efeito da fonte se tornaram fundamentais para o viúvo Granville de Souza, 55 anos, que costuma ir à praça no fim do dia como uma forma de se entreter depois que perdeu a esposa.

A surpresa se deu quando a 5° Sinfonia de Beethoven deu lugar às músicas populares. A desaprovação veio na hora. “A música melhorou o ambiente e a clássica vai de acordo com os frequentadores, que na sua grande maioria é de idosos. Aqui não é feito para ouvir qualquer coisa”.

Quem não gostou nada foi um dos principais personagens do Centro de Campo Grande, Paulinho do Radinho. "O repertório é horrível, estão assassinando a praça. Colocam qualquer coisa sem o mínimo de atenção com quem passar por aqui".

Granville de Souza, ouve para esquecer a saudade da mulher.
Já Paulinho do Radinho odiou o repertório.
Nos siga no