Diversão

Por segurança, moradores ocupam praça para contar histórias e se conhecer

A ideia foi reunir a vizinhança para um momento de lazer e diversão, também com barraquinhas de comida

Alana Portela | 07/09/2019 08:58
As famílias assistindo a contação de histórias (Foto: Alana Portela)
As famílias assistindo a contação de histórias (Foto: Alana Portela)

Com comida, música, contação de histórias e vendas de frutas e verduras, os moradores do Carandá Bosque ocuparam a “Praça da Paz, Breno e Leonardo”, em Campo Grande. Ontem à noite, eles saíram de casas e se reuniram no centro do local, montando barracas e colocando mesas e cadeiras. “A proposta é unificar, trazer a família pra dentro da praça”, afirma a organizadora do evento, Deborah Mazzola.

Ela é delegada de polícia, mora na região há sete anos, e costuma frequentar o local aos finais de semana, com os filhos. “Fazemos piqueniques. Tem certos momentos que a gente vê muitos usuários de drogas. Eles ocupam o local até em alguns horários, mas queremos afastar isso e trazer as famílias”, explica.

Na estreia, a participação da comunidade animou. “É a primeira edição, queríamos ver se ia dar movimento, para saber se íriamos realizar os próximos. O evento encheu, vamos nos ajustar para ver o que vai acontecendo”.

A delegada, Deborah Mazzola organizou a feira (Foto: Alana Portela)
A advogada Erika Gondim Braaus participou do evento (Foto: Alana Portela)

Para a feira, as mães providenciaram recreação infantil para a criançada brincar na praça até cansar. Enquanto os filhos se divertiam, os pais aproveitaram para se reunir com a família, bater-papo e jantar. Barracas levaram sobá, yakisoba, espetinho, pastel, açaí, frutas, verduras, legumes e caldo de cana.

Deu ainda para olhar os artesanatos e folhear livros à venda. Para completar, teve também música ao vivo. A festa começou às 17h30 e continuou até o final da noite.

Para Vera Mayer, foi também oportunidade para conhecer a vizinhança. “Essa união afasta a violência porque, com os eventos, a gente consegue identificar quem é quem. E se a gente vê algo estranho, sabemos que devemos acionar a polícia”.

Conforme ela, a rotina corrida tem dificultado o contato entre os vizinhos. “O fato da mulher sair cedo para trabalhar, acaba com aquela questão da dona de casa ir ao mercado, encontrar todos, ver o vizinho sair de manhã. Tem uma galera que conheci quando vim morar no bairro e só por conta da feira estou revendo”.

As famílias Foizer e Fumagali reunidas (Foto: Alana Portela)

Sueli Ito Ando levou a filha, Fernanda Namie, de 8 anos para se divertir na feira. “Está muito legal, estou vendo um monte de gente, ouvindo histórias. Já fui em outros eventos, mas nunca tinha vindo num aqui”, falou a pequena.

O empresário, Henriquei Fumagali mora no bairro há dez anos. Para ele, o evento é fundamental. “É completo para a família, ter isso no bairro é importante e proporciona a inclusão. Não precisamos sair da região para se divertir”, diz. Ao lado da esposa, filhos, sogra, cunhados e sobrinhos, sentaram-se em torno de uma mesa e jogaram conversa fora enquanto prestigiavam a feira.

A advogada Erika Gondim Braus vive por ali há mais tempo, 16 anos, e sente falta de atividades simples, como a da noite de sexta. “Aqui não tem eventos para quem quer sair de casa. Isso é necessário porque vamos na Praça da Bolívia, não tem nenhum aqui”, falou.

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