Diversão

Por conta própria, casa faz vingar projeto que traz mitos do samba à cidade

Lucas Arruda | 26/09/2015 07:45
Nelson Sargento é presidente de honra da Mangueira e se apresentou na noite de ontem no Birô Brasileiro (Foto: Fernando Antunes)
Nelson Sargento é presidente de honra da Mangueira e se apresentou na noite de ontem no Birô Brasileiro (Foto: Fernando Antunes)

No Rio de Janeiro é comum ver na noite bares e rodas de samba por toda a cidade. Aqui, até podemos ver muito sertanejo, mas os sambistas também têm seus redutos. Atrás deste público, o Birô Brasileiro começou o projeto Candeeiro, que traz grandes cantores de samba do País à Capital, há quase dois meses. E não é que deu certo.

Já se apresentaram no local, Moacyr Luz, Monarco e na quinta a noite foi comandada por Nelson Sargento, que é o presidente de honra da escola de samba carioca Mangueira, melhor curriculo, impossível.

Ana Cristina estava pela primeira vez num show do projeto e pretende voltar (Foto: Gerson Walber)

Quando o sambista entrou no palco, a empolgação foi geral. Apesar de ter mesas, muitos casais levantaram e começaram a dançar.

“Já vim aqui outras vezes, mas é a primeira vez que venho no projeto Candeeiro e estou achando muito bom porque não vemos os sambistas de raiz por aqui. Eles fizeram parte da história do samba no país, é muito interessante termos a oportunidade de assisti-los”, comenta a gerente comercial Ana Cristina Dias Gomes.

Ela estava com a filha, Lara Dias, que apesar de ter somente 14 anos já é uma passista de primeira. A garota foi passista por oito anos da verde e rosa de Campo Grande, a Vila Carvalho. Hoje desfila pela Igrejinha, mas a paixão pela Mangueira ainda é forte. Por conta da torcida que tem pela escola de samba carioca, foi convidada pelo dançarino da casa para sambar quando Sargento subisse no palco.

“Para mim é um grande privilégio, já que tem tantas mulheres, rainhas de samba daqui e me escolheram. Eu ouço muito samba com meus pais em casa, gosto bastante dele e de outros sambistas clássicos também”, afirma.

 

Lara Dias, de 14 anos, foi passista por 8 da Vila Carvalho e dançou quando Sargento subiu ao palco (Gerson Walber)

A idade pode ter pesado um pouco para o show. Sargento já está com 91 anos e neste quase um século de vida compôs mais de 400 músicas, como a pérola “Samba, agoniza, mas não morre”. A voz já não soa como nos dias passados, mesmo assim, quem estava ali não se arrependeu. “É espetacular termos apresentações deste porte, são as raízes da música brasileira”, ressalta a administradora Maria Alice Lordelo.

Mas as noites de samba no Birô Brasileiro não são só para quem gosta do estilo curtir. Jovens compositores do Estado tem a oportunidade de estar na mesma roda de samba com ícones do estilo.

Para Vinil Moraes, compositor e um dos organizadores do projeto, este intercâmbio os fazem crescer mais musicalmente. “Quanto mais você conhece estes músicos, se aproxima deles, você percebe que o samba é simplicidade. Aquilo que é muito rebuscado não traduz a natureza do estilo”, afirma.

Candeeiro – O projeto Candeeiro pretende realizar uma série de homenagens aos maiores compositores e instrumentistas da música brasileira dentro da Mesa de Sambas e Compositores do Birô Brasileiro.
Pelo menos numa quinta-feira de cada mês o espaço terá uma noite dedicada a artistas que marcaram o cenário artístico nacional.

Por meio disso eles querem proporcionar a difusão do artista de Mato Grosso do Sul e realizar uma troca de conhecimento entre compositores, instrumentistas, produtores e apreciadores do samba locais, com grandes nomes do cenário nacional.

O próximo show pelo projeto está agendado para o dia 22 de outubro. Dessa vez o músico que se apresenta é Tantinho da Mangueira, outro grande ícone do samba nacional.

 

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O Candeeiro acontece pelo menos uma quinta-feira por mês no Birô Brasileiro (Gerson Walber)
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