Diversão

Na folia, todo mundo diz ser contra depredação e temer pelo próximo Carnaval

Após vandalismos, no Enterro do Ossos, monumento da Maria Fumaça foi cercado para evitar danos

Wendy Tonhati | 10/03/2019 07:30
Guarda Municipal acabou com a festa antes de vandalismos (Foto: Kisie Ainoã)
Guarda Municipal acabou com a festa antes de vandalismos (Foto: Kisie Ainoã)

Após atos de vandalismo nas proximidades da Esplanada Ferroviária, no último dia do Carnaval, o monumento da Maria Fumaça foi cercado por tapumes metálicos para evitar incidentes. A região, voltou a concentrar grande número de pessoas que optou por ficar fora do bloco da noite, o Capivara Blasé, e curtir o Carnaval de rua, ao som do funk e até do sertanejo.

Os foliões foram acompanhados de perto pelos seguranças contratados pelo bloco, pela Polícia Militar e pela Guarda Municipal. Ao contrário do começo do Carnaval, a “bagunça” foi mais organizada e, quem foi, rechaçou os atos de vandalismo que ocorreram. O fim do Carnaval na região foi às 23 horas, quando, em menos de dez minutos, a Guarda dispersou a população com bombas de efeito moral e balas de borracha.

No meio da festa e já depois de beber, fica difícil até conversar sobre o que significa o patrimônio para quem foi ao Carnaval. Os foliões que o Lado B conversou, também foram nos dias anteriores e disseram ter visto a confusão, mas, todos garantiram não ter se envolvido nos atos de vandalismo.

Fora do bloco, foliões se concentraram na região da Calógeras com Antônio Maria Coelho (Foto: Kisie Ainoã)

O auxiliar de marcenaria Gabriel, 23 anos, tenta dar uma explicação para o que aconteceu no dia em que depredaram lojas na região. “Ninguém sai de casa pensando em quebrar e destruir alguma coisa, mas depois que o álcool sobe, as pessoas perdem o controle. Quem nunca perdeu o controle depois de beber?”, questiona.

A estudante Nilce, 18 anos, viu a confusão na noite de Carnaval. “Acho desnecessário e a gente começa a perder as coisas. Hoje, já não pode mais entrar com bebida, naquele dia podia. Estava todo mundo “de boa”, quando começaram a jogar pedra nos guardas. Já quase não tem festa em Campo Grande, quando tem, acontece isso. É capaz de cancelarem no próximo ano”.

Um rapaz que se identificou como Rafael, antes mesmo de ser questionado, já começou a falar da preservação do local. “Isso aqui é nosso patrimônio e tem que ser preservado, como é em Corumbá. Vamos brincar na paz. Foi baixaria o que fizeram aqui”.

Outra jovem diz se impossível saber quem vandalizou a região. “Eu quero ver é alguém falar, porque, depois, vão atrás. Eu vi no dia, saíram chutando, fizeram um escarcéu sem necessidade aqui. Foi prejuízo de mais de R$ 50 mil nas lojas e não tem nem como colocar a culpa na bebida. Foi falta de vergonha mesmo”.

Na Esplanada, festa acabou antes (Foto: Kisie Ainoã)

No último dia de festa, teve até quem disse ter se conscientizado e parado de urinar fora dos banheiros químicos. Uma dupla de amigos, que foram “flagrados” fazendo a rua de banheiro, disse que no último dia as coisas mudaram. “Parei. Hoje tem banheiros suficientes e não fica uma hora esperando. Fica 15, 20 minutinhos e dá para aguentar, paquerando as meninas. O que faltou hoje, foram as lixeiras”, diz Luciano Tavares, 30 anos.

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