Diversão

MS Canta Brasil anda fraco, mas já sonhou com Chico Buarque e Marisa Monte

Anny Malagolini | 07/10/2013 06:17
Meta é ter parque sempre lotado.
Meta é ter parque sempre lotado.

O projeto que foi criado para ter atrações nacionais e artistas sul-mato-grossenses, nos últimos anos trouxe a Campo Grande Frejat, Ney Mato Grosso, Alceu Valença, Lulu Santos, Zé Ramalho... Mas de 9 edições, passou a ter 5 e fecha o ano com a chiadeira de quem não gostou nada do convidado principal de novembro ser o pop NX Zero. "É uma banda que se encaixa nas nossas possibilidades”, justifica o presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Américo Calheiros.

Formato semelhante já existia, com o “Temporadas Populares”, no fim dos anos 90. Mas a ideia do "MS Canta Brasil" era maior, fazer ao longo do ano um grande show de graça no Parque das Nações Indígenas e assim democratizar mesmo o acesso.

Para Américo, definir uma atração é desafio muitas vezes incompreendido pelo público. Ele garante que leva em conta a “expressão cultural” na música brasileira, independente do estilo, e se o grupo está ou não no auge.

Nos primeiros anos, quem ia ao Parque das Nações Indígenas no primeiro domingo de cada mês tinha garantido o programa gratuito. Com o tempo, o intervalo entre as apresentações aumentou e as boas surpresas também ficaram mais esparsas.

Para os shows de 2013, o projeto acabou pegando carona nos festivais de Corumbá e de Bonito, por isso vieram Ana Carolina e Daniela Mercury. "Exclusivos" mesmo, pensados para o MS Canta Brasil, só CPM22, Almir Sater e NX Zero. 

A justificativa é de que orçamento para o evento caiu e, por outro lado, aumentaram os valores dos cachês dos artistas. “Ficou inviável, esperávamos parcerias e não aconteceu, então, diminuímos os shows”, explica Américo.

Além dos preços, outro problema é a incompatibilidade de agendas, já que a regra é fazer o show no primeiro domingo do mês.

Tentar fugir do comercial e trazer os “emergentes” da MPB, como foi o caso de Maria Gadú, que veio a Capital no início da carreira, segundo Américo é uma vontade, que nem sempre dá certo. No caso dela,  do convite até a chegada ao palco de Campo Grande, o sucesso se confirmou. Mas a história poderia ser inversa, a moça ser cantora de um sucesso só, e o público não corresponder.

O presidente da Fundação de Cultura jura que o pedido do público é levado em consideração, mas não é definitivo. Recentemente, por exemplo, fãs até criaram um grupo no Facebook pedindo para que a banda “O Rappa” se apresente, mas Américo frustra a expectativa: “É caro”.

Para não desanimar, Américo conta que os “astros" da música popular brasileira, Chico Buarque e Marisa Monte, são nomes que sempre circulam entre as reuniões para definir a programação. Um sonho, desde o início do projeto. “Estamos tentando há anos, mas é difícil”, justifica.

O próximo ano é de fim de mandato e o projeto não vai parar, garante Américo. Ele diz que o orçamento deve aumentar, o que deve trazer de volta as atrações que normalmente não viriam por falta de coragem dos empresários.

Para os shows de 2014 a escolha da programação começa a ser definida ainda em novembro, então, quem quiser dar pitaco... 

 

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