Diversão

Festa para valorizar tereré testa espaço histórico como local de grandes eventos

Ângela Kempfer e Jéssica Benitez | 28/04/2013 18:39
Cenário histórico ao fundo. (Foto: Jéssica Benitez)
Cenário histórico ao fundo. (Foto: Jéssica Benitez)

Na terra batida onde antes funcionavam as oficinas da rede ferroviária, o domingo foi dia de tomar tereré. A rádio Blink escolheu a área dos barracões abandonados há décadas para realizar o principal evento do ano da empresa, a busca pela “maior roda de tereré do mundo”.

O nome é marketing, já que não há concorrência aí fora quando o assunto é a bebida oficial de Mato Grosso do Sul. O que se quer mesmo é reunir o maior número possível de pessoas para aumentar a quantidade de ouvintes e, de tabela, valorizar a cultura regional.

Na “Rotunda”, como é conhecida uma das oficinas de locomotivas que serviam à Noroeste do Brasil, centenas de pessoas começaram a chegar cedo, com uma aglomeração enorme já uma hora antes do horário definido para o evento.

Aos poucos, 102 grupos de bebedores de tereré foram se organizando com 10 pessoas cada, sob a vigilância de 50 fiscais. Quem beber mais a água gelada na erva, vai levar um prêmio de R$ 5 mil.

Pelo dinheiro, muita gente começou a passar mal logo de saída. “Quem vomitar será desclassificado”, avisava o locutor destacado para apresentar o evento. As garrafas de água, fornecidas pelos organizadores, são colocadas dentro de um saco plástico entregue a cada equipe. No fim, que tiver mais garrafas vazias, vence.

É a segunda edição da festa realizada pela Blink. No ano passado, o evento foi no Parque das Nações Indígenas, que neste domingo foi ocupado pela Fundação Estadual de Cultura com o projeto MS Canta Brasil e o show do CPM 22.

Mas o diretor da rádio garante que o espaço foi escolhido não pela falta de um lugar mais adequado. “Decidimos, primeiro, porque este é um lugar lindo, no coração de Campo Grande. Depois, porque sempre tem muitos eventos no Parque das Nações”, justifica Alex Bachega.

Segundo o empresário, a rádio quer propor um novo espaço cultural para a cidade, “juntamente com a prefeitura”.

Apesar de dois palcos montados, para atrações locais e nacionais, a área dos dois galpões históricos foi preservada. Os prédios foram isolados, para não haver depredações.

Também para não perder o controle da multidão que se formou e não perturbar a vizinhança, o evento tem hora para acabar. Apesar de várias atrações, os artistas principais – Maria Cecília e Rodolfo, Restart, João Neto e Frederico, vão tocar apenas 3 músicas cada. A ordem é acabar com o som até às 22 horas.

Muita gente que resolveu enfrentar a maior roda de tereré do mundo gostou do espaço, mas alguns acham que  poderia ser melhor. A maior dificuldade aparente é a falta de estacionamento. Outra reclamação é sobre a terra. “É bacana a iniciativa, mas tem muita terra e vira lama com a água do tereré. Poderia estar mais organizado”, diz Tânia Oliveira de Almeida.

Apresentação da comunidade japonesa.
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