Diversão

Festa para quem trabalha quando todo mundo folga? Só se for na segunda

Aline Araújo | 17/12/2014 06:34
No começo da festa a pista ainda estava vazia.
No começo da festa a pista ainda estava vazia.

Para quem serve a festa de muita gente, segunda-feira  é o único dia de folga, por isso, é a hora de comemorar. O Baile do Garçom é realizado há seis anos nesse dia da semana, momento de inverter o papel de quem trabalha, enquanto todo mundo se diverte. Os convidados são garçons, garçonetes, músicos e cozinheiros, a turma que trabalha no bar, no hotel, no restaurante.

A festa começou com 80 pessoas e hoje recebe cerca de 600, com cerveja e refrigerantes vendidos a preço de custo, R$ 2,00. Os músicos tocam por um cachê camarada, para os amigos que também trabalham na noite. Tudo acaba sendo um grande encontro.

“Sexta e sábado todo mundo está trabalhando, mas na segunda não tinha nada para fazer, por isso eu criei a festa. E eu fico emocionado em saber que todos aceitaram a ideia. A gente prepara com muito carinho”, comenta o garçom e idealizador da festa, José Antônio dos Prazeres, de 39 anos, entusiasmado e emocionado com o sucesso do evento.

Antônios contam suas experiências inusitadas.

Quem promove e banca a festa é o sindicato da categoria. Para entrar, basta ter o convite e levar um quilo de alimento não perecível para a doação. A festa é ao som de muito chamamé, sertanejo e flash back, para confraternizar, encontrar os amigos e relembrar histórias vividas no trabalho.

Alias, tem histórias muito interessantes de quem vive a rotina servindo todo dias pessoas diferentes e fazendo amizades. No trabalho, Antônio mesmo já passou por algumas situações engraçadas, como um casamento feito em uma fazenda em Bonito. Choveu, a estrutura ruiu, mas a festa não parou, a solução foi servir os convidados de galochas e capa de chuva, o que nem adiantou muito, já que todo mundo acabou molhado.

“No final deu tudo certo, mas foi muito engraçado”, comenta. Ele também já teve a oportunidade de conhecer artistas durante o trabalho, como Gabriel o Pensador, Chitãozinho e Xororó e Ivete Sangalo. Os encontros geralmente são rápidos e formais, mas as vezes até rendem uma foto.

As pessoas foram ocupando os espaços aos poucos.

O xará, Antônio Humberto, de 56 anos, garçom há quase 40, também já conheceu celebridades assim, como o ator Tarcísio Meira, que passava pelo hotel onde ele trabalhava com frenquência. Segundo ele, sempre foi muito elegante e simpático. “Ele já veio muitas vezes e eu sempre acabava servindo ele”, recorda.

O baile é bem família e o clima é de encontro. Ana Albino Godea, de 36 anos, é auxiliar em saúde hospitalar, mas há mais de 10 anos trabalha com garçonete em eventos nos finais de semana. “A festa é maravilhosa, eu venho quase todos os anos. É onde a gente encontra todo mundo”, explica.

Durante a carreira, ela já passou por algumas situações inusitadas. Em uma festa em Corumbá, as pessoas que ficaram de fora começaram a jogar pedras nos vidros do local do evento. Na hora todo mundo se assustou, mas depois foi motivo de risadas, de história para contar. Ela também já encontrou o ator Reinaldo Gianecchini em uma festa de aniversário em Campo Grande, de uma prima dele, mas o contato foi pouco.

“Você conhece muita gente e a rotina nunca é igual, já fui em festa que os convidados tiravam garçons e garçonetes para dançar. È sempre muito divertido. E sempre que encontram a gente em algum lugar perguntam, mas eu te conheço de algum lugar? É sempre muito bacana, acaba criando simpatia pelas pessoas”, afirma.

As atrações musicais foram do sertanejo ao flash back
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