Diversão

Esquina 20 fecha com festa de despedida cheia de clientes que viraram amigos

Ângela Kempfer e Anny Malagolinni | 25/08/2012 15:39
Bar lotado em dia de despedida no Esquina 20.
Bar lotado em dia de despedida no Esquina 20.
Zazá recebe carinho de clientes que há anos frequentavam o esquina 20.

Não teve volta e o Esquina 20 fechou. Não vai mais funcionar no cruzamento da 7 de Setembro com a 13 de Junho, junção que batizou o bar há 24 anos. Ontem, a casa abriu para despedidas, lotada de clientes com as famílias.

A sugestão foi de frequentadores assíduos, um apoio moral ao proprietário Isaias Furtado, o Zazá. Um encontro divertido, mas só para atenuar a tristeza. “Foi aqui que eu aprendi a me relacionar, fiz uma vida”, comenta o dono, um senhorzinho de 74 anos.

Nas paredes, dezenas de recados dos clientes mostravam o carinho pelo ex-garçom que conquistou a clientela pelo estômago e com algumas novidades, como a cerveja com pipoca.

 

“Recebi com tristeza a notícia. Aqui não é um lugar de modismo, sempre teve clientes fiéis. Eu percebo que em Campo Grande a valorização só vem no momento em que o negócio termina”, reclama Raquel Anderson, de 48 anos.

O jeitinho “carinhoso” de tratar os clientes é outro diferencial do Esquina 20. Zazá criou um personagem ranzinza e, por mais estranho que pareça, agradou.

“Sou deliciosamente ofendido pelo Zazá há 20 anos e todos os amigos que apresentamos também”, diz o servidor público Eduardo Gutierez, de 50 anos.

O que não vai desaparecer são as lembranças deixadas por um dos pontos mais tradicionais de Campo Grande. “Sempre trazia pessoas de fora, era a melhor opção. O Zazá sempre nos fazia ouvir a Voz do Brasil, um clássico do bar”, lembra.

Zazá já anotou os telefones para chamar a freguesia quando encontrar outro ponto na cidade. Já tem lista com 110 assinaturas e proposta de locação no bairro Monte Líbano e outras ideias de parceria.

“Não construímos muita coisa, mas a amizade que tivemos com nossos clientes foi nosso maior ganho, sem contar a experiência e aprendizado”, comenta a esposa, Luzinete de Oliveira, a Lu.

O bar teve de fechar porque o proprietário do imóvel morreu, a viúva também e os filhos resolveram vender a área, quase meio quarteirão entre a 7 e a 13.

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