Diversão

Destruição de carros é atração até o último parar de funcionar

Cinco sucatas reformadas entraram na pista e quem levou prêmio foi motorista de 72 anos

Bárbara Cavalcanti | 08/11/2021 09:03
Carros em batida durante demolição de carros no Autoshow. (Foto: Marcos Maluf)
Carros em batida durante demolição de carros no Autoshow. (Foto: Marcos Maluf)

No Autódromo de Campo Grande, no final da tarde de ontem, a atenção estava voltada completamente para a pista com as cinco sucatas reformadas, prontas para baterem uma na outra até que o último carro parasse de funcionar. A edição do Autoshow Champions aconteceu pela primeira vez após três anos por causa da pandemia.

A cada batida, o público gritava e torcia pelo favorito, enquanto os carros ficavam cada vez mais despedaçados. Duas Caravans, um Chevette, um Opala e o Ômega, todo pintado de rosa, que já apareceu aqui no Lado B, perdiam pedaços da lataria enquanto batiam até frente a frente.

Se engana quem pensa que a competição não tem regras: não é permitido bater na porta do motorista de propósito, o porta-malas tem que ser oco, o tanque de gasolina tem que ser em um galão, não no motor, e não é permitido bater em um colega que já sinalizou que o carro parou.

Carros durante a disputa na demolição no Autódromo. (Foto: Marcos Maluf)

Um pouco antes da competição, a chuva começou a cair, mas nada afastou os espectadores, que não se importam em ficar perto da pista. E ninguém queria que a competição acabasse – mesmo quando os carros paravam e se anunciava que o vencedor seria o último, na verdade, acabava-se por dar apenas um intervalo aos pilotos para que a equipe de apoio pudesse fazer os reparos.

Equipe de apoio fazendo reparos em um dos carros. (Foto: Marcos Maluf)

A destruição de carros atrai públicos de todas as idades. Entre os públicos, há famílias inteiras, até com filhos, que comparecem todos os anos. Um deles é o técnico de enfermagem Reginaldo Silva Vieira, de 48 anos. Trouxe toda a família, até os filhos para assistirem.

“Já fazia tempo que não tinha, todos os anos a gente faz disso aqui um dia em família, trago filho, mulher, cachorro, papagaio, todo mundo”, se diverte.

Entre as atrações, está, inclusive, as manobras radicais que acontecem antes da demolição. Durante meses, vários pilotos fazem diversas modificações em carros antigos, colocando, inclusive, motores mais potentes para fazer manobras na pista. O que vai embora é o pneu, que aguenta apenas uma única rodada por vez. “É meses trabalhando no carro pra acabar em cinco minutos”, ri Reginaldo.

Ricardo Antônio Rodrigues até decorou o carro inspirado na famosa série coreana Round 6. “Eu trouxe 10 pares de pneus pra poder rodar aqui”, explicou. Com o motor turbinado, Ricardo gastou todos os pneus que tinha, inclusive, até levando um amigo corajoso no banco do passageiro. A família toda compareceu e até a filha Milena, de 8 anos, é fã do evento. Ao ser questionada sobre o que achava do pai na corrida, respondeu: “Muito top”.

Confronto entre Damares e Carlão na demolição de carros. (Foto: Marcos Maluf)

Por fim, já à noite, o grande vencedor da edição foi o piloto de uma das Caravans, conhecido como "Carlão da Oficina do Carlão", que desbancou a bicampeã Damares. 

Carlão é o mecânico Carlos Roberto Galvão, de 72 anos, que já participa do evento há quase 20 anos. Montou o carro "My Office" em dois dias e meio. "Foi uma força-tarefa. Meu filho, minha esposa, todo mundo ajudou", ri. Ao ser questionado sobre quantas vezes já ganhou, não sabe dizer ao certo. "Eu acho que umas 5 ou 6. Porque, na verdade, eu faço mesmo é pra me divertir. Desestressa, é bom demais", expressou.

Com o fim da partida, as celebrações só começaram e a festa seguiu até tarde da noite no Autódromo.

Para a organizadora do evento, e segunda colocada, Damares Anchieta Serpa, a retomada foi só o pontapé inicial para os próximos eventos. “O pessoal estava animado e se divertindo, foi ótimo, foi muito prazeroso. O público foi de quase 1 mil pessoas, que ainda não é um público tão grande, mas que já é um resultado satisfatório e que nas próximas então pode ser superado”, expressou.

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