Diversão

Depois da corrida Naruto, garotada prepara campeonato de sarrada na cidade

Thailla Torres | 02/07/2016 07:33
Cada um faz a sarrada do seu estilo pra chamar atenção no campeonato. (Foto: Fernando Antunes)
Cada um faz a sarrada do seu estilo pra chamar atenção no campeonato. (Foto: Fernando Antunes)

Fazer a melhor sarrada se tornou um fenônemo entre a garotada e instigou adolescentes aqui de Campo Grande a organizar o primeiro campeonato da modalidade. O que pra muitos é um termo desconhecido, entre eles já virou febre fazer o 'movimento', que exige habilidade e desenvoltura na hora da apresentação. 

A sarrada nada mais é do que um passo de dança. E a competição envolve quem faz o melhor movimento que mostra braços soltos, levantada de perna, desce e sobe e até um salto com pernas e braços para trás. Sem muitas regras, a ideia é mostrar quem faz sarrada de um jeito natural ao som do funk Passinho do Romano, que já tem mais de 9 milhões de visualizações no Youtube.

Aos poucos, cada um foi inventando o próprio jeito de dançar e já existem diversos estilos de sarrada. Por isso aqui, a proposta do campeonato surgiu na brincadeira, entre os adolescentes.   

O movimento também é feito de ladinho. (Foto: Fernando Antunes).

 

 

 

A estudante Rafaela Matinez, de 15 anos, explica que os amigos costumam assistir videos e ensaiar os passos. "Todo mundo mundo postava foto da sarrada no Facebook, aí vimos um vídeo e resolvemos criar um campeonato. Mas a gente achou que nem ia dar certo", comenta. 

O sucesso é tanto que organizado há poucos dias, o evento no Facebook já tem mais de 2,4 mil pessoas confirmadas para o 1° Campeonato de Sarrada. A data prevista para acontecer é dia 7 de agosto, no Parque das Nações de Indígenas.

Paralelo à diversão, o que a maioria busca é incentivo numa cultura que vá na contramão do preconceito. "Tem gente que olha e diz a gente não tem o que fazer, que a gente deveria estudar. Mas a gente gosta da música e é estilo que faz parte da nossa cultura também", pontua Rafaela. 

Ela também admite que já teve preconceito com o funk. "Eu já cheguei a dizer que isso não era música. Mas quando comecei a conhecer o estilo, foi contagiante. E dançar pra gente é isso, é estar todo mundo animado com as coreografias e o estilo da música", completa.

Pensando nisso, é que Gislaine Siqueira, professora da rede pública de ensino, decidiu apoiar a iniciativa dos adolescentes para romper o preconceito a quem ouve o estilo. "Diante da modernidade, é impossível aceitar o preconceito em relação uma variedade cultural. Até porque eles levam essas músicas e esse estilo para dentro da escola. Então a gente tem que dar apoio, incentivando a cultura", argumenta. 

Por conta do preconceito, a professora avalia que a sociedade insiste em julgar os jovens pelo estilo musical. "O gosto pela música não impede o interesse e nem o desempenho intelectual dos adolescentes. Tenho excelentes alunos, que estudam, se dedicam e fazem desse estilo uma brincadeira ou até mesmo uma atividade", esclarece. 

Por isso ela vai encarar o desafio junto aos alunos e participar da organização. No dia evento, serão realizadas batalhas em grupos. Por enquanto não foi definido quais serão os prêmios, mas a moçada já se organiza para apresentar a sarrada mais animada, alta e divertida. 

Mais informações estão sendo divulgadas na página do evento no Facebook e se ainda ficou dúvida, o vídeo abaixo é a música que vem inspirando a moçada. 

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