Diversão

Com interdição, acesso reduzido e garrafa proibida, bloco é mantido na Esplanada

Paula Maciulevicius | 03/03/2017 14:30
Reunião no Iphan discutiu termo de responsabilidade de bloco, Prefeitura e Governo. (Foto: Alcides Neto)
Reunião no Iphan discutiu termo de responsabilidade de bloco, Prefeitura e Governo. (Foto: Alcides Neto)

Depois de uma reunião de quase duas horas, Prefeitura, Governo do Estado, Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e o Bloco Capivara Blasé chegaram num acordo e fecharam um termo de responsabilidade. Com isso, vai ter bloco na rua sim neste sábado, a partir das 3h da tarde, mas cheio de regras e com mais fiscalização.

Garrafas de vidro foram proibidas, interdições aumentadas e o acesso à folia, reduzido. A confusão da Polícia Militar na terça-feira na Esplanada Ferroviária que acabou até em bomba de gás trouxe à tona vários pedidos que os blocos que saem na região já haviam feito ao poder público: de maior policiamento e fiscalização antes e durante o evento, para evitar o desfecho do último dia de bloco.

Desde ontem, reuniões chegaram a anunciar que o bloco Capivara Blasé, que levou 25 mil pessoas para a rua na segunda, estaria proibido de sair na Rua Dr. Temístocles, sem a autorização do Iphan.

Iphan explicou que não proibiu, mas se opôs depois de ver patrimônio histórico depredado. (Foto: Alcides Neto)

Na reunião de hoje, na sede do órgão, a superintendente Norma Daris Ribeiro, enfatizou que o Iphan não se opõe e justamente por isso está na função de elaborar itens do termo de compromisso. "Cada um vai ter a sua responsabilidade: município, estado e bloco em função da preservação do Patrimônio Histórico".

Como a Esplanada Ferroviária é tombada, os blocos precisam de autorização para se concentrarem ali. "Não proibimos, muito pelo contrário, é uma manifestação popular e que ajuda na divulgação da própria história. Nós só nos opusemos em função do que aconteceu: depredação, vidraças quebradas, pichações e a sujeira", explica Norma.

Desde o primeiro momento, o órgão havia pedido para que alguém se responsabilizasse pela conservação do Patrimônio, fato que só se concretizou agora.

Secretário de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery, garantiu que o policiamento será reforçado, no mínimo em 50%. "De todas as polícias e Guarda Municipal, Agetran, Bptran, Bombeiro, Samu", disse.

Capivara Blasé levou 25 mil foliões para a Esplanada. (Foto: Lucas Miguel)

Em nome do município, o gerente de fomento e desenvolvimento cultural da Sectur (Secretaria Municipal de Cultura e Turismo), Evânio Vargas Padilha, o Guarany, também expôs um problema identificado. A aglomeração que terminou em confusão não foi causada por foliões que participavam do bloco e sim por quem chegou lá bem antes, estacionou o carro nas ruas que posteriormente foram interditadas e quando a festa começou, abriu as caixas de som. 

"As vias serão interditadas às 14h e será feita varredura para tirar os automóveis que não são de moradores. Também foi providenciado um adesivo de acesso", explicou Guarany junto da superintendente do Iphan. 

Ao bloco, caberá fazer um trabalho de conscientização. "Do folião como cidadão e dizer que este espaço é importante, onde começou a cidade, onde tem referência cultural e histórica não pode depredar, pichar", afirmou o criador do Capivara Blasé, Vitor Samudio.

"E o importante não é o cerceamento. Deixar de fazer não é a solução", frisou Samudio. O bloco se comprometeu a propagar nas redes sociais desde hoje, o "Folião Cidadão", como forma de conscientizar quem segue o bloco. 

Interdições - As interdições começam às 14h deste sábado nos trechos:

Rua 14 de Julho com a Avenida Mato Grosso;

Rua 13 de Maio com a Rua General Mello;

Rua Dr. Temístocles com a Avenida Calógeras.

O acesso dos foliões só será feito pela Avenida Calógeras, inclusive do público à pé. Também ficam proibidas garrafas de vidro e a fiscalização das caixas térmicas dos foliões ficará a cargo da Semadur. 

O Iphan, além de fiscalizar todas as ações, deve se reunir com Governo e Município ainda mais uma vez para definir "quem paga a conta" das depredações que a região que é tombada sofreu.

Curta o Lado B no Facebook

Nos siga no