Diversão

Boa de dança, Campo Grande ainda deve público aos espetáculos

Viviane Oliveira | 21/08/2012 23:40
Um dos primeiros grupos a se apresentar. (Foto: Viviane Oliveira)
Um dos primeiros grupos a se apresentar. (Foto: Viviane Oliveira)

“Campo Grande sabe formar bons bailarinos, mas não sabe formar público”. A frase é de um dos maiores coreógrafos de Mato Grosso do Sul, Chico Neller. Mesmo com o teatro Glauce Rocha lotado na noite desta terça-feira (21) na 16ª edição do “Dança Campo Grande - 2º Mostra Corpos em Movimento”, o bailarino afirma que quem prestigia o espetáculo são os pais, amigos e parentes dos dançarinos.

Para o coreógrafo, fundador do grupo Ginga e agora à frente da Cia do Mato, apenas 10% da população vai a um show de dança. “A importância desses festivais é estimular a sociedade e divulgar os trabalhos dos coreógrafos e dançarinos”, disse.

Além da oportunidade de avaliar o trabalho, afirma, quando não se ganha o grupo vê onde foi o erro e na próxima apresentação a tendência é melhorar sempre. Chico concorda que arte não se julga, mas para ele a vida é uma competição e a importância dos festivais é uma oportunidade para avaliar o trabalho das outras escolas.

Chico que já representou por diversas vezes Mato Groso do Sul no maior festival de dança do País, o de Joinville, afirma que a concorrência é importante para o crescimento profissional de cada bailarino.

Compartilha da mesma opinião a coreógrafa Beatriz de Almeida, que dançou por 20 anos e foi a primeira bailarina na Stuttgart Ballet – a maior companhia alemã desse gênero. Ela que viajou o mundo inteiro para apresentações, há 13 anos montou uma escola de balé em Campo Grande e ressalta que apesar da divulgação, ainda falta espetáculos para que as pessoas desenvolvam o gosto pela dança. “Precisamos de mais exposições”, destaca.

Hoje (21) se apresentaram 24 companhias de dança com os gêneros dança de salão, balé clássico de repertório e dança contemporânea. (Foto: Viviane Oliveira)
Cia Do Mato, do coreógrafo Chico Neller, abriu o evento nesta terça-feira com a performance “A meu ver". (Foto: Viviane Oliveira)

Encantada e de olhos vidrados em cada grupo de dança que se apresentava, a cozinheira Nicéia da Silva Nóbrega, 45 anos, disse que apesar de preferir o balé, cada companhia tem a sua beleza de demonstrar e falar através do movimento.

Com o neto Mateus, de seis meses, Nicéia foi ao teatro hoje por causa da filha que trabalha na organização do evento, mas confessa que adora dança e sempre quando pode acompanha os espetáculos. “O neném dorme como um anjo com essa música calma e bonita do balé” acrescenta.

Jaz, dança contemporânea, balé clássico livre, dança de rua, balé clássico de repertório, dança de salão e dança popular serão apresentados por 650 bailarinos que formam 37 grupos. O festival começou ontem (20) e vai até quinta-feira (23) sempre às 19h30. No último dia será premiado com troféus o melhor de cada gênero. Hoje se apresentaram 24 companhias de dança.

Uma novidade deste ano é a oferta de duas bolsas de estudo para a temporada de Ballet Russo, em São Paulo. De acordo com a organização do concurso, a comissão de jurados vai avaliar e escolher dois bailarinos, um homem e uma mulher, que melhor se destacarem durante festival.

Grupo dançou Dança de Salão ao som do forró. (Foto: Viviane Oliveira)
Cia Unika Dança UFMS - bailarino Elimar Nogueira Marcos com a coreografia Carceratto. (Foto: Viviane Oliveira)

Confira a programação desta quarta-feira (22) - Abertura fica por conta do grupo Funk-se. Logo após irão se apresentar, Cia Dançurbana, Estúdio Funk-se, Grupo Angelus, Grupo Conexão Urbana, Grupo Expressão de Rua, Grupo Street Pop, Grupo Stylo de Rua, Grupo Trio 3D, Estúdio Marcio de Oliveira, Movimento de Rua, Casa de Arte Dançurbana, Estúdio de Dança Beatriz de Almeida, Grupo Choode Crew.

Quinta-feira - Abertura: Zoe Escola de Dança, Espetáculo: Repertórios Clássicos com apresentação de Grupo de Dança Juliano Varela, espetaculo: Show Fashion e noite de premiação.

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