Diversão

Bloco “Nada sobre Nós sem Nós” vai desfilar no Centro com marchinha inclusiva

Que mundo é esse? Foi eleita a música oficial do bloco, que vai arrasar pelas ruas de Campo Grande

Alana Portela | 26/01/2020 08:23
O pessoal do bloco "Nada sobre Nós sem Nós" apresentando a marchinha vencedora do concurso (Foto: Marcos Maluf)
O pessoal do bloco "Nada sobre Nós sem Nós" apresentando a marchinha vencedora do concurso (Foto: Marcos Maluf)

O bloco “Nada sobre Nós sem Nós” surgiu durante uma brincadeira na mesa de bar e agora será o segundo ano de folia em Campo Grande. A proposta é de inclusão e a ideia é mostrar que qualquer pessoa com deficiência também pode cair na gandaia do Carnaval e aproveitar junto com os outros foliões.

“O bloco surgiu como brincadeira, mas hoje é para todos. O Carnaval é para que tem deficiência aproveitar também. No ano passado, 300 pessoas foram desfilar com a gente na Avenida Calógeras e nesse temos uma marchinha inclusiva”, diz o presidente do bloco Damião Zacarias Souza da Silva.

Ontem ocorreu o concurso das marchinhas inclusiva no ISMAC (Instituto Sul-mato-grossense para Cegos Florivaldo Vargas) e levou a melhor a canção “Que mundo é esse?”, escrita por Bororó. Agora, o bloco vai se reunir para decorar a marchinha e fazer bonito quando pisar na Avenida Calógeras no dia 23 de fevereiro.

Damião Zacarias Souza da Silva é o presidente do bloco inclusivo (Foto: Marcos Maluf)

Que mundo é esse meu bem?
Que mundo é esse meu bem?
Que mundo é esse?
Que não se importa com ninguém.

Chegou a hora
Chegou a hora
Vamos mudar essa história
Ajudar alguém
Sem discriminar ninguém

Falo com a minha mão
Enxergo com o coração
Na roda do meu caminhar
Na avenida eu vou sambar
Que mundo é esse?


O desfile do bloco é mês que vem, mas Humberto Nogueira já está ansioso pelo dia. Ele tem 55 anos, é cadeirante e aposentado e conta que sempre gostou da folia do carnaval. “Adoro essas festas carnavalescas. Lembro que quando me tornei cadeirante, achei que tudo havia acabado pra mim. Contudo, não é assim”.

Sonia Maria Pereira de Souza segurando a mãe, Maria das Dores que tentava sambar ao ouvir a marchinha (Foto: Marcos Maluf)

Hoje, ele entendeu que a vida continua e quer servir de incentivo para outras pessoas que enfrentam a mesma dificuldade. “Temos muitos amigos que ficam em casa com depressão, mas queremos mostrar que a vida não acabou e que o Carnaval é para todos”, afirma.

Sonia Maria Pereira de Souza levou a mãe, Maria das Dores, até o concurso para curtirem juntas a folia. “Ela tem Alzheimer, mas sempre se lembra do Carnaval. É a primeira vez que venho aqui porque soube através de uma amiga e achei interessante essa inclusão. É bom ter locais assim”, diz a filha.

Agora, após decidirem a marchinha, o bloco vai se preparar para o grito de Carnaval 2020. Eles querem entrar na avenida com tudo, sorriso no rosto e muita diversão para provar que qualquer pessoa pode ser feliz na folia.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram. Tem uma pauta bacana para sugerir? Mande pelas redes sociais, e-mail: ladob@news.com.br ou no Direto das Ruas através do WhatsApp do Campo Grande News (67) 99669-9563 (chame agora mesmo).

O pessoal do bloco aproveitando o encontro para curtir a folia (Foto: Marcos Maluf)
Nos siga no