Diversão

Bar tem feira que é chance de quem tenta vencer trabalhando com arte

Primeira edição do espaço foi realizada neste domingo (26) e já tem próxima data confirmada

Aletheya Alves | 27/06/2022 07:22
Bar Cultura di Buteco realizou a primeira feirinha neste domingo. (Foto: Paulo Francis)
Bar Cultura di Buteco realizou a primeira feirinha neste domingo. (Foto: Paulo Francis)

De filtro dos sonhos com luminária até arte digital, quem sonha em viver trabalhando com arte aproveitou a oportunidade de expor os produtos durante a primeira feirinha realizada pelo bar Cultura di Buteco neste domingo. Inaugurado em dezembro, o espaço veio como mais um local para movimentar a cultura campo-grandense. 

Integrando o grupo de quem está tentando criar carreira, a estudante de Artes Visuais, Camila Arguelo, de 23 anos, trabalha com adesivos, posters e prints de desenhos autorais também nas versões digitais. Por estar no último semestre da graduação, ela conta que tem investido cada vez mais no contato com o público.

Seguindo não só seus desejos, mas dando vida a sonhos antigos da mãe, Camila detalha que trabalhar com arte traz uma variedade de significados. 

Minha mãe sempre sonhou em ser artista, mas não conseguiu por morar no Interior. Ela foi me apresentando tudo isso e eu comecei a me apaixonar também, então estou aqui realizando o meu sonho e também o dela, diz Camila.

Sem ilusões de que a vida artística é tranquila, a estudante pontua que quem sonha em trabalhar no ramo e não tem dinheiro sobrando, precisa focar nas oportunidades que alguns espaços da cidade oferecem. “Ainda são poucos locais que fazem feirinhas, mas já ajuda muito. Eu tenho minha loja online e falo com os clientes apenas por lá, então ter essa opção presencial é importante”. 

Também trabalhando com ilustrações, Danillo Carvalho, de 27 anos, é integrante do Coletivo Enegrecer, de artistas negros da Capital, e detalha que há mais de 5 anos tem buscado viver comercializando sua arte. 

Danillo Carvalho, de 27 anos, trabalha com ilustrações que destacam a população negra. (Foto: Paulo Francis)
Ilustrações são feitas com materiais diversos, como conta Danillo. (Foto: Paulo Francis)

Por não possuir graduação, ele explica que as oportunidades ficam ainda mais difíceis quando une todos os fatores. “Quem vem dos bairros e não está na universidade enfrenta ainda mais dificuldades. Ter acesso a outras pessoas, como na feira, é uma oportunidade rara até porque há pessoas privilegiadas nesse ramo também”, completa. 

Já em outro espaço artístico, o artesão Vitor de Figueiredo Domingos, de 28 anos, trabalha com filtros de sonhos produzidos com materiais reciclados. 

Hoje eu uso materiais como pedaços de madeiras que ficam em terrenos baldios para produzir os filtros e acrescento velas. Então se transformam em luminárias também. diz Vitor.

Sobre a experiência com o mercado de trabalho, Vitor explica que já conseguiu se sustentar apenas com o que vendia, mas não em Campo Grande. Por um tempo, ele morou em Santa Catarina e relata que as artes manuais foram mais reconhecidas por lá.

Justamente pela dificuldade em conseguir se manter com as produções, o artesão conta que precisou encontrar um novo emprego. Sem muita escolha, o artesanato acabou ficando como uma opção extra.

Espaço interno do bar ficou reservado para parte dos expositores. (Foto: Paulo Francis)

Além de Camila, Danillo e Vitor, outros expositores também participaram da feira, que foi variada. Indo de sabonetes artesanais até produtos de sex shop, o evento reuniu 15 artistas e empreendedores durante o decorrer de domingo.

Ao lado da esposa Larissa Ajala Moraes, Marcos Vinicius Igarashi, de 33 anos, é o responsável tanto pela feirinha quanto pelo bar, que fica localizado na Rua Aporé, Bairro Amambai. Assim como os expositores, ele conta que o desenvolvimento do espaço também está em desenvolvimento e é um sonho.

"Eu já organizava eventos há bastante tempo, então o bar veio porque eu fazia parte dos grupos que mexem com cultura aqui. Inauguramos em dezembro, mas o funcionamento começou mesmo neste ano, explica Marcos. 

Feira começou às 15h e seguiu durante o restante do dia. (Foto: Paulo Francis)

Explicando que ainda há muita coisa para definir, o proprietário conta que alguns projetos como a implementação da cozinha estão sendo pensados. 

Especificamente sobre as feiras, Marcos relata que muitos dos artistas e pequenos empreendedores não possuem espaços físicos, então proporcionar o contato direto com o público é uma forma de ajudar quem está começando no ramo. 

Seguindo o mesmo estilo da realizada neste fim de semana, a próxima edição da feirinha já foi confirmada e será realizada no dia 3 de julho.

Bar fica na Rua Paissandú, 730, Bairro Amambaí.

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