Diversão

Banda faz campanha para provar que bares sertanejos são minoria em Campo Grande

Anny Malagolini | 06/05/2014 07:00
Banda completou 11 anos de estrada (Foto: Divulgação)
Banda completou 11 anos de estrada (Foto: Divulgação)

Campo Grande tem fama de ser a cidade do sertanejo e até pode ser, quando o assunto é gosto individual. Mas em relação aos bares, a maioria é de rock. Pelo menos é o que pretendem provar os músicos da banda "Whisky de Segunda".

Para mudar a visão de que aqui só se consome sertanejo, o vocalista Robson Rodrigues Pereira teve a ideia, junto com o guitarrista Jefferson Pasa, de criar a "Marcha do Blues", para abrir a discussão e mostrar que Campo Grande não é terra só de Luan Santana e Michel Teló. “Isso é um passado que não existe mais”, justifica Robson.

Eles já criaram evento no Facebook com a intenção de reunir não só músicos, mas também apreciadores de estilos que não incluem o sertanejo, para uma movimentação no domingo, durante o show de Erasmo Carlos, também com o objetivo de divulgar os 11 anos da banda, longevidade que por si só já fala sobre a resistência do ritmo que toncam, o blues.

Segundo Robson, grande parte do público da banda não é do Mato Grosso do Sul. Ele reclama da rotineira surpresa de pessoas sobre a cena forte do blues em uma cidade de “sertanejo”, mesmo que Campo Grande só tenha 3 casas de sertanejo e uma infinidade de lugares que tocam rock, blues e música eletrônica.

A banda também é responsável pela realização do “MS Blues Festival”, que a cada edição traz importantes artistas do estilo, inclusive, do exterior.

Lotados - Proprietário de um dos bares mais novos da cidade, o “Blues Bar”, Ivan Torres, de 36 anos, diz que agora acredita quando falam que Campo Grande está se tornando a Capital brasileira do blues. “Artistas de fora se surpreendem com a cena, que é movimentada, mas ainda é desconhecida”, comenta.

O bar foi aberto há pouco mais de três meses e o dono afirma se surpreender com o sucesso nas noites de quarta-feira a sábado. Quem passa pela Via Parque, em um desses dias, percebe o movimento. É tanta gente, que os clientes costumam ficar na rua, já que o espaço do bar não é grande.

“Tem público para esse som, só falta espaço para eles”, defende. Para Ivan, que é fã de blues, a cena sempre existiu e há bandas que comprovam isso. “O cenário está acontecendo ainda mais. Duas bandas novas nasceram no bar”, conta.

Para entrar no bar não é cobrado nada, mas nas paredes, cartazes sugerem o repasse voluntário: “Se o som é bom eu dou cincão”.

Guitarras - O rock também aparece forte e uma das principais casas que apresentam o estilo existe há dois anos, o “Hangar”. Um dos sócios, Thiago Coutinho, conta que abrir um negócio contra a corrente do sertanejo assustou, mas "em poucos meses a resposta do público foi boa".

Além de bandas da cidade, a casa é a que mais apresenta shows de artistas nacionais. “O começo foi difícil, mas agora conseguimos trazer a média de um show nacional todos os meses”, comemora.

Veja a lista com alguns bares que não tocam sertanejo em Campo Grande:

Blues Bar – Avenida Nelly Martins, S/N (Via Parque).
Bar Fly - Rua Pajuçara, 201.
Rockers - Avenida Manoel da Costa Lima, 34.
21 bar - Rua Vicente de Paulo, 160.
Lendas Pub - Avenida Mato Grosso, 2.090.
Hangar – Rua Trindade, 413.
Confraria do Choro – Avenida Madrid, 1.100.
Barbaquá - Rua Rio Grande do Sul, 382.
Rota Acústica - Rua Desembargador Leão Neto do Carmo (Em frente a Uniderp agrárias)
Trem Mineiro – Rua Cel. Afrânio Fialho, 344.
Move - Rua Doutor Temistócles, 94.
Cabaret - Avenida Mato Grosso, 1.801.
Black Bar - Rua Albert Sabim, 222.
Daza - Rua Marechal Rondon, 2.181.
Non Stop – Rua Pimenta Bueno, 127.
Birô Brasileiro – Rua Barão do Rio Branco, 173.
Rosoma – Avenida das Bandeiras, 2.479.

Amigos e músicos participaram do primeiro encontro da campanha (Foto: Divulgação)
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