Diversão

Banca de revistas só vende informações do passado, mas promete gibis raros

Anny Malagolini | 17/06/2013 08:00
Banca abarrotada de exemplares antigos.
Banca abarrotada de exemplares antigos.

Cansado de trabalhar entre 4 paredes, Nilton Carlos Canhete, de 43 anos, vive há 19 anos de vender revistas, livros e gibis de décadas passadas. Por valor a partir de R$ 1,00 é possível levar exemplares de "Veja", "Claudia" e até edições especializadas em cortes de cabelo que hoje são do tempo do onça. 

Em uma banca, na rua Cândido Mariano, quase esquina com a rua 13 de Maio, ele se dedica a partir de 8 da manhã aos montes de páginas em mais de 5 mil exemplares, tudo distribuídos dentro da pequena estrutura.

As musas que fizeram sucesso e causaram arrepios por conta da beleza, hoje são edições encalhadas na banca.

A criançada que aprendia até a ler olhando gibi, com histórias da “Turma da Mônica”, também é raridade. As histórias animadas deram lugar aos traços japoneses do “mangá”, com histórias menos lúdicas.

Entendedor do assunto, principalmente quando falamos em quadrinhos, Nilton lamenta que com a internet as vendas caíram muito. As únicas exceções são os clássicos e até raros faroestes, como “Tex” e gibis de super-heróis, que ainda têm bastante procura.

Ele conta que há exemplares na banca indicados, principalmente, para colecionadores, devido à raridade, que chegam a custar R$200,00, dependendo da numeração.

Também lembra que neste ano um norte-americano encontrou a 1ª edição do Super-Homem, criada em 1938. O exemplar foi vendido por U$ 127.000, pouco mais de R$250.000,00, mas um valor bem distante da realidade da pequena banca em Campo Grande.

Por aqui, para desencalhar o estoque, o jeito é fazer promoção. Pedaços de cartolinas exibem anúncios escritos a mão do tipo "5 revistas por R$1”. Mas mesmo assim a banca continua cheia de revistas e Nilton passa boa parte das tardes jogando xadrez. “Não se interessam mais, o que ainda rende algo são os gibis”, comenta.

Cartaz anuncia promoção de revistas infantis.
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