Diversão

Baile traz à tona o desejo de resgatar a essência dos carnavais em família

Thailla Torres | 03/12/2017 07:05
Festa trouxe à tona o desejo de resgatar a essência dos carnavais em família.
Festa trouxe à tona o desejo de resgatar a essência dos carnavais em família.

Há alguns anos, o Carnaval campo-grandense provou que o público tem migrado de vez dos clubes para a folia de rua. Mas antes que 2017 termine, neste sábado, o "Baile de Carnaval" no Rádio Clube foi comemoração aos 11 anos de Cordão Valu e trouxe à tona o desejo de resgatar a essência dos carnavais em família.

Marchinhas, sambas e fantasias foram as apostas para reviver os tempos de glória da festa no salão. O evento começou tímido, nem todo mundo foi fantasiado, mas o coro tomava conta toda vez que o repertório clássico, composto por sambas e marchinhas, dominava o palco.

"Não deixe o samba acabar..." é o lema nos gritos da criadora do bloco, a professora Silvana Valu, que acredita na parceria com o clube para reforçar o poder de um Carnaval mais democrático. "É uma festa para todos, não tem essa de que só a rua domina, na verdade o Carnaval na rua é lindo e encantador, mas todos os lugares podem abrir espaço para essa festa. Quanto mais carnavais, mais opções o campo-grandense vai ter para se divertir".

Em baile não faltou animação, nem fantasias.
Silvana Valu comemorou 11 anos de Cordão.

De origem carioca, mas criada em Corumbá, a aposentada Terezinha Senna voltou no tempo. "Acho que ser carioca e corumbaense ao mesmo tempo é carregar a folia na veia, então todo Carnaval fora de época pra gente é uma festa. E esse momento aqui é especial, quando entrei no clube, hoje, lembrei do tempo que era um aperto de tanta gente aqui dentro", lembra.

Para quem viveu os velhos carnavais, foi a chance de matar a saudade e fazer uma surpresa para a nova geração. "Eu passei muitos anos pulando Carnaval no União e no Estoril, minha filha era pequena e só participava das matinês, agora eu a trouxe pra apoiar a festa que sempre fez parte da gente", diz a cozinheira Euciane da Silva, de 38 anos.

Para a filha, Evelyn Beatriz, de 16 anos, a festa no clube ganhou um valor especial. Ela nasceu em 24 de fevereiro, em um dia de Carnaval. "E desde que eu nasci minha mãe me traz para o Carnaval, isso daqui sempre foi alegria dela e agora acho que tá no nosso sangue a festa", brinca.

O arquiteto Norberto Soares, na companhia da esposa, Neila Vieira, estava animada com a chegada do público ao baile. "Eu já fui da diretoria do clube e sei que há muitos anos eles vêm tentando resgatar esse momento. Não é fácil, porque as coisas mudam e novidades vão surgindo, mas a gente sabe que tudo que é bom, fica. Então essa festa irá permanecer, torço por isso".

Marchinhas, sambas e fantasias foram as apostas para reviver os tempos de glória da festa em salão.

Quem não conteve a emoção foi o presidente do clube, Renato Pereira, que estava radiante com as marchinhas e ao ver a criançada brincando pelo salão.

"É uma festa que não tem idade e foi sempre assim. Já frequentei o Rádio Clube com quase 2 mil pessoas aqui dentro, era uma animação sem igual e acho que a gente tem total capacidade de realizar uma festa bonita também. Hoje foi o primeiro passo, graças ao Cordão Valu que decidiu nos dar as mãos", declarou.

Mesmo sem uma programação definida, Renato garante que o clube está se planejando para outros bailes no próximo ano. "A gente quer fazer Carnaval também. E se tudo certo, vamos lotar esse clube de família, músicas e fantasias".

Já o Cordão Valu está a todo vapor com os pré-carnavais. Em janeiro, todo fim de semana haverá festa do Cordão na Igrejinha para esquentar o ritmo antes da folia oficial prevista para o segundo fim de semana de fevereiro. 

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