Diversão

Baile que começou com “lenda” sobre uma mulher decidida chega a 16ª edição

Elverson Cardozo | 03/02/2014 06:26
14ª edição do baile. (Foto: Cristóvão Ramos/Central de Bailes)
14ª edição do baile. (Foto: Cristóvão Ramos/Central de Bailes)

A história mais parece invenção, mas tudo começou assim mesmo. Reza a lenda que, em meados dos anos 70, lá pelos lados de Sidrolândia, a cerca de 71 quilômetros de Campo Grande, uma tal dona Maria, de profissão desconhecida, sobrenome não revelado e idade não informada, caminhava rumo a um baile "carapé".

Não se sabe o porquê, mas a mulher carregava uma sacola cheia de cebolas. Quando chegou ao salão, o pacote estourou. Rolou cebola para todo lado. Ela, ao invés de catar as hortaliças, nem se preocupou. Chamou um homem para dançar.

Como o salão estava vazio, todos prestaram atenção na reação inesperada da participante. O baile ficou conhecido, então, como o da "Maria Cebola". A partir daquele dia, sempre que tinha uma festa assim, era comum ouvir o povo dizer que estava indo ao baile onde as mulheres chamavam os homens para dançar. O nome pegou.

O relato vem de Sebastião Rolon Junior, 39 anos, mais conhecido como Junior da UCDB. Ele ouviu tudo isso de algumas tias. Ouviu e resolveu dar vida à “lenda”.

Passou a ser o promoter e organizador do baile em Mato Grosso do Sul desde 1994, quando ocorreu a primeira edição oficial, no antigo Grêmio Enersul, onde hoje funciona o CCI (Centro de Convivência do Idoso) Vovó Ziza. Na época, contou, o público foi de 940 pessoas. “Não dá menos que isso”, garante.

Festa começa às 22h e só termina às 4h. (Cristóvão Ramos/Central de Bailes)

Em Campo Grande, a festa virou tradição, tanto é que, este ano, chega à sua 16ª edição, no dia 22 de fevereiro. A tradição permanece a mesma. É um baile onde a mulher, se quiser, tem a desculpa do nome para tomar a iniciativa, mas dança quem quer, claro.

O sinal para não errar na abordagem são os adesivos distribuídos na entrada: livre, talvez e nunca. A diversão é garantida. No início, observou Junior, os participantes, em geral, tinham mais de 30 anos. Agora é comum encontrar jovens na faixa dos 18 e 20 anos.

O sucesso, inclusive com a “molecada”, é atribuído à qualidade e à preocupação com as atrações musicais. Ele conta que prefere trabalhar com grupos conhecidos. Da primeira vez levou Alma Serrana, afirmou, mas já contratou o Zíngaro, Gregório - Grupo Fronteira e, agora, mais uma vez, o Eco do Pantanal, com quem mantém parceira há 6 anos.

Organizador desde a primeira edição, Júnior conta que baile é um sucesso. (Foto: Cleber Gellio)

Que vai gosta e fica na espera da próxima edição. Em 2013 a procura foi tanta que houve duas edições, em janeiro e agosto, quando o número de pagantes somou 1.293 pessoas, 27 a menos que o recorde, em julho do ano anterior.

“Eu falo que esse é a mãe dos bailes. Não tem outro para dar gente igual a ele”, disse, ao comentar que, no dia da festa, a animação é tanta que o povo até se esquece das horas. “Tem que acender as luzes e falar para o pessoal ir embora”, afirmou.

Serviço – A 16ª edição do Baile Maria Cebola será realizada no dia 22 de fevereiro, das 22h às 4h, na Bolero Casa de Dança, que fica na Rua 14 de Julho, 3268, em frente à Feira Central de Campo Grande.

Apenas maiores de 16 anos podem entrar. O ingresso, vendido na hora, custa R$ 20,00. A festa será animada pelo Eco do Pantanal e Gregório Grupo Fronteira.

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