Diversão

Assentamento que virou refúgio é programa em meio à natureza de Bodoquena

Paula Maciulevicius | 02/09/2016 06:10
Rio Salobra, maior atrativo do Refúgio. (Fotos: cedidas por clientes do Refúgio Canaã)
Rio Salobra, maior atrativo do Refúgio. (Fotos: cedidas por clientes do Refúgio Canaã)

Com o verso de Belchior em meio ao verde. O que canta a placa, cantarola o dono pelo telefone. "Viver, é melhor que sonhar..." A canção eternizada na voz de Elis Regina, traduz exatamente o apreço de Cido e Odete ao cantinho que de só deles virou de todo mundo. A 280 quilômetros da Capital, em Bodoquena, o "Refúgio Canaã" abriu as portas há 15 anos atendendo a pedido de amigos.

"Comprei o espaço, era uma área rural e montei toda a estrutura", explica Aparecido Rojo Duarte, de 53 anos. "Lá na verdade era um assentamento rural, comprei para fazer de lazer particular, pessoal mesmo, depois senti que tinha potencial, as pessoas falavam e abrimos ao público", completa o dono, mais conhecido como "Cido". Quando ele diz o "lá", é porque a morada dele é em Miranda. 

O local era parte do assentamento Canaã, por isso leva o nome no refúgio. Em 22 hectares, ele propaga que oferece um lugar paradisíaco que proporciona a ele e aos demais, muito contato com a natureza.

Entrada do espaço, que antes era assentamento.
Parte do verde que enche os olhos dos visitantes.
"Viver é melhor que sonhar", lema dos donos do espaço. (Foto: Julio Cezar)

Ele e a sócia, hoje ex-mulher, Odete, é quem administram o negócio e veem na proximidade com Bonito, a divisão da beleza pela metade dos custos. "A gente pensa em algo que não esteja nos preços exorbitantes de Bonito, que acabam sendo muito caro para o sul-mato-grossense. O que oferecemos é padrão e não deve nada a Bonito, mas por uma situação mais acessível", explica o dono.

A vegetação que brinda os visitantes é, segundo ele, remanescente da Mata Atlântica. Os morros impedem de se ver o sol se pondo, mas a cor do rio e a temperatura da água do rio, compensa. O maior atrativo está no balneário. "É um rio salobra, que tem uma vantagem sobre os demais da região, por ter muita pedra, o reflexo do sol nelas quebram o gelo d'água. Ou seja, fica uma água menos gelada", descreve Cido. A cor, também é um convite à parte. "Ela varia entre o azul turqueza e o verde esmeralda, uma outra peculiaridade nossa", completa.

As opções para os visitantes vão desde o "day use" ao camping e hospedagem. Os valores vão de R$ 25,00 para aproveitar o dia, para acampar, R$ 40 e apartamentos e suítes de R$ 180 até R$ 210,00. Em nenhuma das opções o almoço é pago. Em breve, o refúgio vai abrir também um restaurante, focado na comida regional. 

"Lá é um cenário fantástico. Olha o comentário das pessoas na nossa página, nossa proposta é criar um encantamento e é isso que está acontecendo. Sabe por que? Pela nossa receptividade, você não tem aquela obrigação, pode levar sua bebida ou comprar lá dentro. Nossa proposta é bm alternativa, não-mercantilista", ressalta Cido. 

Balneário do refúgio.
Todo verde disponível para se apreciar.
Um dos espaços de alimentação.
Araras são fáceis de serem contempladas. (Foto: Julio Cezar)

De animais, é possível andar ao som das araras. E entre a região, há passeios que dá para pegar carona. "A própria cachoeira Boca da Onça, que não é um produto nosso, mas é próximo. O morro do Jericó, que pode ser visitado. A gruta do Urubu Rei, o mirante, tem tudo isso em Bodoquena", anuncia o dono. 

Durante as altas temperaturas, o Refúgio chega a receber 150 pessoas por final de semana. Sobre a placa e a música cantada no início da entrevista, ele brinca. "Viver é melhor que sonhar. Eu acho que essa frase tem muito a ver com o que a gente e o Belchior propõem. É um poeta vivendo a natureza do momento. Por isso, viver é melhor que sonhar", explica.

Para chegar lá é preciso reservar antes, pelos telefones: 9-9984-5948 e 9-9984-6549. O melhor caminho é partindo de Bodoquena, pegando a rodovia para Bonito, 5 quilômetros depois do trevo, segue as placas indicativas. São cinco de asfalto e 20 de estrada de terra.

Curta o Lado B no Facebook.  

Fachada que se chega, 25 km de Bodoquena.
Estrutura que abriga a pousada. (Foto: Julio Cezar)
Quartos e suítes. (Foto: Julio Cezar)
Um dos chalés disponíveis para alugar. (Foto: Julio Cezar)
Nos siga no