Diversão

Arraial Valu ocupa Esplanada para tentar bombar tanto quanto no Carnaval

A 5ª edição da festa junina, ocorreu na região onde todo o público bate recordes nos dias em que o bloco vai para a rua.

Adriano Fernandes e Wilian Leite | 08/06/2018 19:40
Espaço interno da antiga estação ferroviária de Campo Grande, também virou reduto do Cordão Valu durante festa junina. (Foto: Paulo Francis)
Espaço interno da antiga estação ferroviária de Campo Grande, também virou reduto do Cordão Valu durante festa junina. (Foto: Paulo Francis)

O consenso entre boa parte dos foliões é de que, se o Carnaval de rua alcançou um lugar cativo no coração do campo-grandense, esse feito é graças ao Cordão Valu. Bloco que há 12 anos intima o povão para ir para rua ao som das velhas marchinhas, muito confete e todo o tipo de fantasia.

Mas, se a folia foi consolidada, o bloco agora quer resgatar outra tradição. As festas juninas. Em sua 5ª edição a “Festa Junina do Cordão Valu”, saiu da Igrejinha - onde foi realizado em anos anteriores - para ocupar a Esplanada Ferroviária, dessa vez, não com samba, mas muita comida típica e forró.

“A intenção é justamente fazer como fizemos com o Carnaval. Trazer a festa para cá e tentar resgatar a tradição das festas juninas que esta meio perdida em Campo Grande”, explica a idealizadora do bloco, Silvana Valu.

Silvana Valu é a idealizadora do bloco e também do arraial da Valu. (Foto: Paulo Francis)

A região histórica vira o “Pelourinho” de Campo Grande em fevereiro com recorde de público, principalmente, nos dois dias em que o bloco vai para rua. O evento desta sexta-feira (08) a noite no Facebook, tinha 2.600 confirmados. Público considerável se levado em conta que a festa teve início às 19h com previsão de acabar às 22h.

E tem gente que também aposta na fama do bloco para fomentar uma data tão querida. “Já participamos do bloco no carnaval há uns 7 anos e há três, também acompanhamos a festa junina”, comenta Eleusa França, de 66, anos.

“Além do entretenimento é uma oportunidade das pessoas também conhecerem esse trabalho que a Valu desenvolve de resgate da nossa cultura”, acrescenta o marido, Marco Antônio Fraga, de 56 anos.

A versão sul mato-grossense da festa junina do bloco também teve espaço para muita polca e chamamé com o cantor Irwing Ferreira e o forró ficou por conta do Grupo Forró PVC. 

“A melhor parte para mim é mesmo o forró. Fiquei sabendo por amigos. É a primeira vez que estou vindo, mas já curti porque além de ser um ambiente familiar, também recebe todo mundo sem nenhum tipo de preconceito ou qualquer tipo de distinção”, comentou o estudante, Diego Neves, de 24 anos.

Barraquinhas de comida típica montadas no evento. (Foto: Paulo Francis)
Dentre os doces vendidos na festa teve até muffim de cenoura com chocolate. (Foto: Paulo Francis)

Com entrada pela Galeria de Vidro, uma praça de alimentação foi montada dentro da esplanada. Do lado de fora, a meninada já acostumada com o fervo do bloco também acompanhava o arraial, na rua. “Vale a pena investir nesse tipo de evento porque é uma chance de quem é mais jovem, aprender a valorizar essa nossa cultura local”, pontua o também estudante, Cristian Riquelme, 24 anos.

O ambiente teve ao menos 8 barraquinhas com carreteiro, quentão, doces como a maça do amor, pastel e até acarajé. Comerciantes que não só tentam colaborar com a popularização do arraial do bloco, mas também vêem no evento, uma oportunidade de renda extra.

“É uma forma de divulgar o meu produto em um evento que tem sim o potencial de se tornar a melhor festa junina de Campo Grande”, comenta a doceira Françoise Almeida, 41, que levou dentre outros doces, maça do amor, pudim e bolo de pote para festa.

A maior parte das comidas vendidas no arraial custavam R$ 5,00 enquanto no bar, as bebidas eram vendidas a partir de R$ 4,00. Toda a renda arrecada com a festa é revertida para colocar o bloco na rua em fevereiro.

Só no ano passado, cerca de R$ 40 mil do dinheiro usado na folia foi angariado nos eventos do bloco, durante o ano. “Participo todo ano só para ajudar o bloco. É tudo muito gostoso, feito com muito carinho”, comemora Lia Rolin, de 50 anos, responsável pelo quentão da festa.

Entrada da festa na Galeria de Vidro, lotada. (Foto: Paulo Francis)
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