Consumo

Feira Bocaiuva ocupa estação ferroviária com arte, design, moda e ousadia

Aline Araújo | 14/11/2014 06:34
Touchê foi a primeira marca a desfilar no festival. (Foto: Alcides Neto)
Touchê foi a primeira marca a desfilar no festival. (Foto: Alcides Neto)

Criatividade para decorar a casa ou para colocar no guarda-roupa não são as únicas boas experiências da 4º edição do Bocaiúva Moda Criativa e Design de MS. Na antiga Estação Ferroviária, no início da Calógeras, é bacana ver a quantidade de criadores com trabalhos feitos aqui. Tem música, artesanato e, principalmente, moda e para vários estilos.

Quem gosta de um visual mais urbano, vai encontrar o Coletivo Viva Rua, com camisetas de estampas que reproduzem grafites, da Black Drink, além de mochilas e bolsas artesanais.

A Belo Trapo também tem acessórios. Mas as peças são o resultado da transformação de roupas em bolsas ou mochilas. Aquela calça jeans esquecida no armário, ou até uma capa de máquina de lavar roupas, ganha cara nova e reforçada, para aguentar a correria. As bolsas têm estampas artesanais, rendas e tecidos, para que sejam únicas. Uma, nunca sairá igual a outra. Os preços são bons, variam de R$ 25,00 a R $90,00.

O coletivo Viva Rua tem roupas e acessórios. (Foto: Marcelo Calazans)

A Leve Cores apresenta a proposta de reunir moda, poesia e ecologia em uma mesma ecobag. Feitas em algodão cru, as bolsas são pintadas a mão com poesias originais e desenhos, por R$ 40.

Para quem anda de skate ou gosta do estilo, a SomoS Skateboard vende roupas pensadas tanto para as meninas quanto para os meninos. As regatas e camisetas masculinas são funcionais, com bolsos e mais longas em relação as comuns, para proteger na hora da queda. As femininas têm um corte diferenciado para garantir o conforto na hora de fazer as manobras.

As cores são o forte da marca Da Rosa, que veio de Bonito com roupas coloridas para o Verão. As saídas de praia, blusas, macaquinhos, feitos em tecidos leves, são uma lembrança ao Rio Formoso.

A marca DaRosa veio de Bonito para participar do evento. (Foto: Marcelo Calazans)

No estilo praiano, vem também a Cris Moda Carioca. Apesar do nome, a coleção produzidas com o tecido de cangas é genuinamente sul-mato-grossense. A paisagista Cristina Portela, de 58 anos, é do Rio de Janeiro, veio visitar a filha e resolveu ficar por aqui, se apaixonou por MS. “Como aqui também é quente, eu andava na rua como no rio de Canga, ai as pessoas falavam que era bonito e comecei a fazer”, lembra.

As estampas coloridas viram vestidos, batas confortáveis, algumas cangas ganham até detalhes em miçangas. O preço varia de R$ 40,00 a R$ 80,00. A senhora de cabelos azuis e muito estilo,  criou a marca há 7 anos. Ela também trabalha com tecidos indianos em estampas mais básicas.

Para o visual mais executivo, Cleiton Fernandes entra na Feira Bocaiuva com conceito mais sofisticado e bordados. “A marca foi criada com o intuito de renovar o conceito das mulheres que querem se expressar na maneira que se vestem”, afirmou o estilista, que trouxe para o festival uma moda clássica.

Renan criou a marca Capela para investir no vestuário masculino. (Foto: Marcelo Calazans)

Mas é nem tudo é para elas. A Capela é feita para os homens, com alfaiataria e camisetas. “Eu quero fazer moda masculina porque não tem uma opção diferente aqui”, comenta Renan Mendonça, de 26 anos. A marca já tem três anos e quer ser espaço “para cultuar a moda”, nasceu em desfiles feitos no restaurante da família, e aos poucos ganha espaço no mercado.

O Gaveta trouxe para o evento, além das roupas do brechó, duas máquinas de costura, onde as meninas custaram “ao vivo”, enquanto rola a feira, ao som do DJ Modesto Seleto (Fábio Castro), com músicas brasileiras.

O evento vale, no mínimo, pelas descobertas. O programa tem, inclusive, desfiles diários, até o próximo domingo. Já consolidada em Campo Grande, a Touché camisetas abriu essa parte da mostra na noite de quarta-feira com desfile das camisetas que tem estampas universais, todas com referência à moda urbana.

Para ver - A feira não tem o consumo como prioridade. Quer fazer arte. Gabi Dias é o tipo da artista que explora tudo, do vídeo, as intervenções a céu aberto. Na mostra, tomou conta do vagão para criar. Ela garimpou em brechós peças que pudessem ser customizadas e elaborou moda regada a histórias.

Cada roupa na brincadeira das intervenções ganha um personagem e uma história fictícia que tem o vagão como cenário. Assim, modelos presos em janelas ganham vida. "A minha ideia é despertar a criativadade. É fazer as pessoas entrarem aqui e pensarem, o que eu tenho no guarda-roupas e o que eu posso fazer para renovar essa roupa", explica Gabi.

O evento termina no dia 16, com desfiles a partir das 19 horas. A entrada é franca.

O desfile valorizou a moda urbana. (Foto: Alcides Neto)
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