Consumo

Cansado das opções tradicionais, Daniel resolveu fazer as próprias carteiras

Com preços em torno de R$ 75 reais, as peças são uma releitura que é a mistura de design moderno, mais clean e com toque rústico bem característico de Mato Grosso do Sul.

Kimberly Teodoro | 20/03/2019 08:27
Cansado das opções encontradas no mercado, Daniel decidiu fazer as próprias carteiras (Foto: Arquivo pessoal)
Cansado das opções encontradas no mercado, Daniel decidiu fazer as próprias carteiras (Foto: Arquivo pessoal)

Cansado dos modelos tradicionais, muito grandes e caras, Daniel aprendeu a fazer as próprias carteiras em couro, que chega cru até as mãos do artesão e ganha releitura. O resultado é a mistura de design moderno com toque rústico bem característico de Mato Grosso do Sul.

Daniel Henrique de Freitas, 27 anos, é professor de informática e estudante de Arquitetura, mas nas horas vagas sempre se aventurou pelo mundo dos trabalhos manuais. Ligação que resgata a infância em meio a arte e que, segundo ele, se intensificou em 2017 com desenhos em aquarela e string art, aqueles quadros queridinhos da internet com figuras desenhadas em barbante utilizando como base pregos e madeira.

“Minha mãe é professora de artes e desde pequeno eu tenho essa influência, ela é apaixonada por isso e eu fui começando a gostar. Comecei a desenvolver naturalmente, sempre desenhei, sempre gostei de pintura, sempre foi um hobby, mas quando fiz a primeira string art e as pessoas começaram a pedir e se interessar pelas minhas peças, eu vi que podia viver das coisas que eu gosto, que me fazem bem”, explica.

Cada etapa do processo é feita pelo próprio artesão, desde o preparo do couro até a costura e acabamento (Foto: Arquivo pessoal)

Quando criança, Daniel se lembra de passar por uma fase financeira bem difícil. A saída encontrada pela mãe foi começar a pintar panos de prato e quadros para vender. Sempre em padrões florais, a imagem dela pintando em casa está profundamente gravada na mente dele. “Ela sempre gostou muito de florais, o que não é o meu estilo favorito, mas eu amava assistir enquanto ela fazia aquelas pinturas, foi quando eu comecei a desenhar”.

Daniel sempre gostou de artigos em couro, moda, design e arte, por isso a criação da própria marca foi natural. Confiante, ele diz que a marca é uma expressão daquilo que leva dentro si, por isso, até a logo feita por ele carrega significado. Queimada em relevo em cada peça, o couro recebe o desenho inspirado na árvore da vida, um dos símbolos da criação.

Para chegar ao resultado ideal, foram quase dois meses entre pesquisas e compra de material, a maioria das ferramentas foi comprada pela internet e vieram de Minas Gerais, o que no começo dificultou um pouco o trabalho do artesão. “Fui buscando precedentes para criar novos modelos de carteira, via alguns produtos interessantes e comecei a tentar fazer. Levou algum tempo fazendo testes para chegar a modelos ideais de carteiras”, conta. Autodidata, Daniel afirma ter aprendido os processos de fabricação dos acessórios na internet, com textos e vídeos até desenvolver as próprias técnicas.

“Tenho muita ligação com arte, em 2017 comecei com aquarela, string arte, daí foi evoluindo e sempre gostei muito de coisas de couro, mas nunca achei nada que eu gostasse, até fazer um pra mim, comecei a fazer modelos de carteira e passei para acessórios. Compro de selarias, eu quero pegar direto do curtume. Eu vendo mais pelos conhecidos, o instagram ainda não me gera muita venda. Fui pesquisando para criar novos modelos de carteira, via alguns produtos interessantes e comecei a tentar fazer. Na busca para chegar a modelos ideais de carteiras. Fui pesquisando, mais questão de texto na internet, vendo vídeos e fui desenvolvendo minhas técnicas, tenho um amigo que já mexeu com pulseiras de couro, buscando ferramentas, lendo as instruções.

É possível encontrar relógios completos a partir de R$ 70 ou apenas a pulseira por R$ 50.
Hoje a linha tem carteiras, cintos, pulseiras e porta catões (Foto: Arquivo Pessoal)

Segundo ele, todo o processo é manual e feito por ele mesmo, o couro é comprado em selarias da capital, ainda cru, o que dá mais liberdade durante a criação. Para que as carteiras tenha a cor e textura ideais, Daniel também faz a própria tinta e curte o couro em casa, começando pela manhã bem cedo nos dias em que não dá aula, cada nova peça leva cerca de meio dia para ficar pronta, dependendo do tamanho e dar cor.

Os primeiros acessórios feitos por Daniel foram as carteiras, mas hoje a lista de projetos do artesão, que sonha em viver só disso, também inclui relógio, colares e pulseiras. “Hoje eu também trabalho com encomendas especiais, se o cliente está em busca de algo específico, eu aceito como um desafio e aprendo a fazer. Um amigo precisava de uma case para o tablet que também tivesse um espaço para um bloco de anotações ou cadernos, eu fui atrás do molde e deu certo, agora faz parte do meu catálogo de vendas sob encomenda”.

Cada carteira leva em média metade de um dia para ficar pronta (Foto: Arquivo pessoal)
Case para tablet é o produto mais caro do catálogo atualmente, por R$ 150 (Foto: Arquivo Pessoal)

No Instagram usado pelo artesão para divulgar os produtos, cada carteira sai em média R$ 70, também é possível encontrar porta cartões por R$ 45, pulseiras para relógio por R$ 50 e relógios completos a partir de R$ 70, os colares em couro saem por R$ 30. A capa para tablet é, até o momento, o item mais caro do catálogo e custa R$ 150.

Apesar de conseguir o diploma de Arquitetura ainda esse ano, Daniel sonha em ter a própria loja com uma linha ainda maior de produtos. Segundo ele, hoje o que vende é o suficiente para sustentar a marca e investir em novos produtos, mas ainda não é possível viver apenas disso.

Outros trabalhos, encomendas e produtos a pronta entrega podem ser encontrados pelo instagram @distintodesignca.

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram.

Os colares com corrente de couro custam R$ 30 (Foto: Arquivo Pessoal)
As carteiras são pequenas e não pesam no bolso (Foto: Arquivo Pessoal)
Nos siga no