Comportamento

Quem não tem original, curte banda cover como se fosse de verdade

Ângela Kempfer e Anny Malagolini | 28/11/2011 13:56
Noite Cover Brasil, no Rádio Clube Campo.
Noite Cover Brasil, no Rádio Clube Campo.

Dez horas de música cover e alguns momentos como se o ídolo estivesse ali, no palco. Para organizar o Cover Brasil em Campo Grande, os organizadores fizeram uma pesquisa na internet, sobre a preferência dos roqueiros e os mais parecidos com as bandas originais foram escolhidos.

Jheinis Ramos, 21 anos, é professora e defende o cover com unhas e dentes. “É raro ter aqui e por isso é caro demais, 30 reais. Mas as bandas são muito boas, é um dos melhores eventos do gênero que já fui”, comenta.

Na platéia, entre os roqueiros (todos de preto, claro) difícil era encontrar alguém para dar entrevista. “Estou chapado”, era a resposta mais comum.

Incorporando o Metallica, a banda For All Metallica, de Curitiba; Pearl Jam subiu ao palco com TEZ, também de Curitiba; Guns N’ Roses veio de Downtown GNR, de São Paulo; e Red Hot Chili Peppers, também com TEZ, de Curitiba.

O êxtase ocorreu mesmo na hora do cover da banda Metallica, com direito até aos isqueiros para cima, no clima da música.

O policial federal Itacy Leite, 46 anos, foi ao show para acompanhar a esposa, que gosta de rock. Ele mesmo diz ter outras preferências, prefere ouvir MPB. Mesmo companheiro na missão da noite, Itacy não conseguiu controlar a critica. “Caetano Veloso faz rock bem melhor que isso aí”

A expectativa era reunir 3 mil pessoas, mas apenas cerca de 2 mil apareceram no Rádio Clube Campo, na sexta-feira.

“Acho que vai dar para comprar um peru para o Natal”, diz o organizador Thiago Coutinho. De novo, a justificativa para a frustração foi o fato de ocorrer em uma “capital sertaneja”, argumenta.

Mas ao lado, havia um pagodão lotado, no ambiente aberto do Rádio Clube, 3 vezes mais cheio que o espaço do rock.

De olhos fechados, a diferença era a música. Mas só de olhar dava para ver que o público era outro bem diferente, a começar pelas roupas da mulherada; a unanimidade curta, colorida e de salto alto.

A animação também era outra, com gente sambando na rua, em cima de carros, com sons extremamente altos, em um local que é residencial.

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