Comportamento

Vestida como Chiquinha, fã embarca para dar adeus ao Chaves no Mèxico

Ângela Kempfer | 30/11/2014 07:12
Chiquinha, ou Aline, pronta para embarcar ontem à tarde.
Chiquinha, ou Aline, pronta para embarcar ontem à tarde.

Não tem tempo ruim para Aline Medeiros e Thiago Trindade. Em uma hora, o casal de namorados comprou passagens, fez as malas e na tarde de ontem partiu de Campo Grande para o México. Ela embarcou já no clima da homenagem, vestida de Chiquinha, com vestido verde, óculos enormes e aquelas pintinhas no rosto. 

Os dois decidiram acompanhar o velório e o sepultamento de Roberto Bolaños, ou o Chaves para quem cresceu dando risadas com as reprises da comédia infantil no SBT. O criador de alguns dos personagens mais queridos da TV mundial morreu ontem, em Cancun, aos 85 anos.

Apesar do estado de saúde cada vez mais delicado, para Aline e Thiago a notícia foi surpreendente. "Ninguém esperava. De repente, navegando pela internet, dei de cara como a notícia. Procuramos saber aonde seria o velório, descobrimos que vai ser na Cidade do México e estamos indo", lembra ele.

 

Aline no Aeroporto de Campo Grande, sob olhares de gente que não estava entendendo nada.

A despedida vai custar R$ 9 mil para o casal, mas o valor da oportunidade é incalculável, dizem, já que será a última oportunidade de fazer parte da história do ídolo. "Não tivemos como conhecer ele pessoalmente, é muito triste. Então, pelo menos, vamos participar da despedida", comenta Thiago.

Aline é tão fascinada por Bolaños que, junto com colegas universitários, criou no Facebook a página "Turma do Chaves" e ganha dinheiro com isso, animando festas a caráter. Também tem grupo com nome do personagem no whatsapp e até a Rádio Chaves, aqui de Campo Grande.

Na turma, ela é a Chiquinha. "Temos quase todos os personagens, só não encontramos ainda o Kiko. Já fomos caracterizados até na faculdade", conta Aline, de 27 anos.

A justificativa para tanto amor ao menino órfão que vivia em um barril é a mesma de milhares de pessoas, em diferentes gerações, que aprenderam a gostar da simplicidade no trabalho de Roberto Bolaños. "Ele é um gênio. Marcou a minha infância e de tanta gente, em tantas nações diferentes, porque transformou a simplicidade em algo genial", explica a universitária, que cursa Jornalismo na Uniderp.

Há dois anos namorando, o casal acaba de voltar de Londres e até em um país que não tem o "El Chavo" na televisão, eles encontraram uma forma de rir com a turma da vila. "A gente assistia quase todos os dias, pela internet", garante ela.
O velório começa amanhã, às 14 horas do México, e a expectativa é de encontrar centenas de pessoas tão apaixonadas quanto os dois. "Queremos conversar com outros fãs, falar sobre o que cada um sabe dele e também divulgar nossa página", diz Aline.

A versão campo-grandense da Turma do Chaves. (Reprodução Facebook)
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