Comportamento

Tradição que começou entre casal reúne grupo para penitência em Campo Grande

Elverson Cardozo | 18/04/2014 11:36
Grupo passou pela capela do Colégio Dom Bosco. (Foto: Marcelo Victor)
Grupo passou pela capela do Colégio Dom Bosco. (Foto: Marcelo Victor)

Há cerca 10 anos, a professora aposentada Lígia Maria Pereira de Albuquerque, de 64 anos, e o marido, já falecido, resolveram sair para uma penitência, percorrendo, a pé, 14 paróquias de Campo Grande durante a Sexta-Feira Santa.

A tradição, que começou entre o casal, ganhou, ao longo dos anos, novos adeptos e, agora, a caminhada é feita em grupo. Hoje (18), por exemplo, sete pessoas se juntaram à Lígia, para mais um exercício da via-sacra.

A leitura da primeira estação foi na própria casa da aposentada, por volta das 7h, no Jardim São Bento. Às 8h30, os fiéis já estavam na capela do Colégio Dom Bosco e contabilizava cerca de 6 quilômetros percorridos.

Com um caminho longo pela frente, ninguém reclamava do cansaço. “A gente se coloca no lugar de Jesus”, disse o estudante Igor Anderson Gomes Araújo, de 25 anos, um dos participantes.

Para ele, a penitência é um momento de reflexão “do que a gente faz e o que é a nossa vida”. “Procuramos respostas para as coisas que acontecem”, completou. É uma oportunidade de renovar a fé.

Leitura de uma das estações. (Foto: Marcelo Victor)

A cada parada, o grupo lia uma estação da via-sacra, refletia e rezava o terço. Cumprindo o trajeto pela primeira vez, a publicitária Fernanda Martins, de 27 anos, se mostrou entusiasmada com a experiência.

“É um tempo que você gasta para pensar sobre esse dia e a respeito de sua vida. Foi isso que me fez aderir”, contou.

Filha da aposentada Lígia, a professora de educação física Janaina Pereira de Albuquerque, de 27 anos, sempre viu os pais saindo para a caminhada, mas achava a ideia uma loucura, até o dia em que resolveu acompanhar a mãe.

“Eu via que ele voltava renovada, mas não entendia o que era aquilo. Achava que era uma coisa sem importância. Hoje eu também volto outra pessoa”, comentou.

O irmão de Janaina, o administrador Rodrigo Pereira de Albuquerque, de 37 anos, também demorou a entender o real significado da penitência, tanto é que se juntou ao grupo apenas nesta sexta-feira. “Sempre vi o sacrifício deles. Penso que pode ser gratificante. Nesse caminhar a gente pode pensa em muita coisa”, declarou.

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