Comportamento

Tarefa da escola vira livro onde Acsa conta rotina da família da casa amarela

Paula Maciulevicius | 04/02/2017 07:43
Texto e ilustração é de Acsa Campos de Brito, de 6 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)
Texto e ilustração é de Acsa Campos de Brito, de 6 anos. (Foto: Arquivo Pessoal)

"Na casa amarela tem uma família que mora nela e um girassol na janela". Aos 6 anos, é esta a introdução do livro que Acsa escreveu. A tarefa da escola virou publicação com direito até a noite de autógrafos.

A menininha é a do meio de um trio e atualmente se despede da cidade de Laguna Carapã e em consequência da mudança, também vai deixar para trás a casa amarela. "Eu moro com meu pai, minha mãe, eu, meu irmão e meu outro irmão", conta ao telefone.

Tem pouco mais de três meses que a historinha ganhou formato de livro. Desde os 3 anos Acsa é familiarizada com as letras. Fruto do trabalho de alfabetização que começou dentro de casa. "Ela escreveu em dois dias e ilustrou", conta o pai, Jucélio Pereira de Brito, de 38 anos. 

O enredo da narrativa é simples, mas tão genuíno. Em 10 páginas, Acsa retrata a rotina que ela vive dentro de casa. "Nessa família tem um menino cabeludo que sonha em inventar coisas para o mundo e tem também um menininho muito espertinho que gosta de ferramentas e um martelinho", explica os papeis que os irmão desenvolvem.

Acsa junto do irmão Abner.
E aqui, lendo o livro para uma das vizinhas.

Criativa e muito observadora, Acsa passou para o desenho e as palavras o que vê em casa, como por exemplo o pai que "pela manhã sai todo engomado para o trabalho e toda tarde volta para casa feliz e desarrumado".

A casa amarela da família Brito tem, na descrição da menina, o som de passarinhos, amor e muito carinho. Também tem boneca e carrinho, violão e canção e abraços de montão. "Essa família adora viajar em histórias em quadrinhos ou num livro de ninar".

A poesia que sai da cabecinha da autora foi notada pelos pais e amigos. Na escola, a tarefa de fazer um livro foi passada no último bimestre e já nas férias, os pais decidiram digitalizar, alterar pequenas coisas e fazer um "piloto". "Saiu desse universo do nosso lar e de casa e as pessoas começaram a ver", relata o pai. Amigos da dona de uma gráfica, os pais decidiram então imprimir as ideias da menina.

"Gostamos disso, de incentivar os livros e os filhos para o mundo da literatura e da escrita e de alguma forma, deixar um legado", justifica. A festa da noite dessa quinta-feira era uma despedida da família da cidade, mas que foi aproveitada para distribuir os 50 livros da primeira tiragem. "

Quem vai estar lá? As amiguinhas e a família", diz Acsa. Se ela se sente como escritora, Acsa repete a pergunta e responde que ainda não sabe, mas que gostou do livro. "Fiquei tão feliz", comemora. 

O pai descreve a surpresa dela ao ver sair de dentro da caixa tantos exemplares. "Foi uma reação ímpar, ela ficou contente, não imaginava aquela quantidade de livros".

Na sessão de autógrafos. (Foto: Arquivo Pessoal)

Administrador de empresas, para o pai é gratificante ver que o incentivo desperta aptidões naturais dos filhos.

"A gente tem tentando ver com essa simplicidade, como algo natural. Estamos tendo um retorno do que a gente fez lá atrás, desde o primeiro dia de vida, quando tentamos transmitir conhecimento e valores e agora estamos vendo isso florescer", compara o pai. 

Sobre a carreira no mundo da literatura, a gente percebe pela ordem da resposta que a menina quer é ser feliz. "Eu quero ser cantora, mãe, ajudar as pessoas e escrever livros", fala a pequena.

A família tem poucos livros, mas quem se interessar, pode procurar pela mãe de Acsa no Facebook ou no e-mail: patricia.c.britto@hotmail.com. Por enquanto, a menininha não tem ideia do que, mas quer continuar escrevendo. 

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