Comportamento

Sem precisar de nome no registro, Erick ganhou título de "paizão"

Motorista, que já tinha dois filhos, se viu transformando os sobrinhos em filhos do coração

Aletheya Alves | 14/08/2022 07:21
Erick é paizão para os filhos biológicos, sobrinhos e netinha. (Foto: Marcos Maluf)
Erick é paizão para os filhos biológicos, sobrinhos e netinha. (Foto: Marcos Maluf)

“Eu nem pensei nisso, quando vi já estava tratando eles como meus filhos e não me arrependo. Eles me orgulham”. Há 11 anos, Erick Josemar Gutterres Batista acolheu os sobrinhos e, desde então, os jovens também garantem que o tio se tornou o pai de coração, sem nem precisar de nome no papel. 

Pai de dois filhos biológicos, o motorista conta que aprendeu sobre o amor familiar desde pequeno. Puxando na memória, ele detalha que via tanto o pai quanto a mãe acolhendo diversas pessoas, sempre sem pedir nada em troca. 

“Minha casa sempre foi cheia, meu pai e minha mãe acolheram muita gente. Quando trouxe os meninos para morar comigo não pensei em me transformar no pai deles, só queria que eles ficassem bem”, detalha Erick.

Desde então, a relação dele com os três sobrinhos foi mudando e, hoje, o Dia dos Pais virou seu dia também para os meninos. “Eu tenho muita alegria tanto com o Enryck e a Manuella, que são meus filhos biológicos, quanto com o André, Kauã e Luiz Paulo. Para mim não tem diferença entre eles, de verdade. São meus filhos e desde que ganhei minha netinha, o amor mudou de novo”. 

Andre é Kauã aprenderam sobre amor de pai com o tio. (Foto: Marcos Maluf)

Explicando sobre si mesmo e os dois irmãos, André Luiz Gutterres Batista Oliveira, de 18 anos, conta que há muito tempo comemora o segundo domingo de agosto com o tio. 

“Não acredito que pai é só biológico ou que precise estar no papel. Pai é quem cuida, quem tá lá. Hoje essas pessoas, para mim, são meu tio e meu avô, eles que estão comigo até na dificuldade”, André conta. 

Assim como o amor se transforma, Erick relata que toda a vida também muda, principalmente quando o assunto é responsabilidade. “Não posso dizer que é fácil. As coisas ficam mais difíceis porque você precisa cuidar de cada um, ajudar na escola, dar apoio, mas tudo isso compensa”. 

E, explicando que cuidar dos sobrinhos envolveu grandes etapas, o motorista narra que nada seria possível se não tivesse apoio da esposa, Marenilse Pereira de Sena. Assim como ele, Mare é só orgulho dos meninos e conta que, no fim das contas, também ganhou novos filhos. 

Quando vi tinha ganhado mais três filhos. A gente lutou e continua lutando muito por eles, eu sempre quis ver eles bem. Hoje vejo eles assim, cada dia melhor, e fico feliz demais, Mare completa. 

Assim como Erick relata ter aprendido mais sobre amor com os próprios pais, o sobrinho, André também garante que sonha em repassar o carinho para seus próprios filhos. “É muito bom ter gente que acolhe, que dá amor, que cuida. Aprendi isso e sei que quero ser tudo isso e mais com minha família”.

Enquete - Da mesma forma que ocorre na família de Erick, 30% dos nossos leitores votaram na enquete de sábado (13) que tem alguém que considera pai, mas que o nome não consta na certidão de nascimento. 

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