Comportamento

Sarau do Orgulho LGBT lotou Praça dos Imigrantes com brilho e arte

Dia do Orgulho Gay é celebrado com apresentações culturais na noite de ontem (29).

Willian Leite | 29/06/2018 08:13
Diversidade nas apresentações marcou I Sarau do Orgulho LGBT. (Foto: Paulo Francis)
Diversidade nas apresentações marcou I Sarau do Orgulho LGBT. (Foto: Paulo Francis)

Ontem a noite na Praça dos Imigrantes foi do Orgulho LGBT. Mais de 20 atrações, entre drags queens, músicos, poetas e DJs mostraram em um sarau o poder da liberdade.

O primeiro evento do tipo foi organizado para comemorar o Dia Internacional do Orgulho LGBT, criado para lembrar a revolta de Stonewall, uma espécie de revolução de gays, lésbicas, transexuais e bissexuais contra violência policial nos Estados Unidos.

Em Campo Grande a comemoração foi realizada pela Casa Satine, uma iniciativa que nasceu com intuito amparar os LGBT através da arte, educação, cultura e, principalmente, apoio psicológico à vida dessas pessoas. Idealizador do projeto, Leonardo Bastos diz que um dos principais pontos da noite é o endereço do evento. “Ocupar uma praça com uma agenda LGBT é um ato político, isso passa uma mensagem pras pessoas que temos orgulho do que somos, por meio de um sarau queremos mostrar que estamos unidos e nossa intenção é celebrar e mostrar nossos, valores, cultura e alegrias”, explica.

Com rosto coberto e vestido de preto, Arthur fez referencia a drag americana. (Foto: Paulo Francis)

Cada uma das apresentações tiveram de dez a quinze minutos. Com bandeira colorida, maquiagens surpreendentes, homens, mulheres e até crianças participaram da festa.

Compositora e multiestrumentista, Ana Cabral fez uma breve apresentação de seu trabalho contra a violência e o preconceito. "Há muito tempo lutamos contra o preconceito, hoje é dia do orgulho, na realidade não temos muito do que se orgulhar, os números de violência estão aumentando, mas nossa luta continua”, diz.

A data celebrada no dia 28 de junho traz muitas marcas de busca pela visibilidade. Apesar de, nos últimos anos, os números relacionados à violência contra homossexuais no Brasil crescerem em níveis expressivos, o aumento de personalidades que defendem a bandeira da comunidade também tem aumentado.

Psicologas defende que festa é ato que aumenta visibilidade da luta contra o preconceito. (Foto: Paulo Francis)

Aqui em Campo Grande Marina Peralta é uma das artistas que representa o movimento e que também fez parte das apresentações. “Acho muito necessário, esse evento é uma afirmação de que há pessoas que lutam pela liberdade e contra o preconceito. A festa é para se divertir, mas por outro lado isso demonstra que o movimento LGBT está organizado e consistente”, relata.

Na noite de muito brilho e diversão encontramos vários personagens. O psicólogo Arthur Galvão, foi ao estilo Asia O'Hara, uma drag americana que em suas últimas aparições se apresenta com o rosto coberto. “Eu quis aproveitar esse momento e demonstrar que o que decidimos não depende do que os outros pensam, mas sobre o que faz bem a mim mesmo”, afirma.

Casada há 25 anos com outra mulher, Adriana Pompeu, 50 anos define a comemoração como um ato contra o desrespeito de extremistas preconceituosos, mas sabe que muitos avanços já foram conquistados. “Na minha época, era extremamente difícil viver e ter liberdade, me assumi com 15 anos e sofri na pele repressões e preconceito, hoje essa galera mais nova passa por um novo momento, que por sinal tem evoluído muito”.

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