Comportamento

Por um bom anúncio de cursinho na década de 1990 valeu até aventura no céu

Lenilde Ramos | 26/03/2017 07:25
Na foto, os três paraquedistas da época.
Na foto, os três paraquedistas da época.

Essa história aconteceu no começo dos anos 1990, quando eu trabalhava na Missão Salesiana. Precisávamos divulgar o vestibular do Colégio Dom Bosco e meu brainstorm deu nessa frase: "Não caia de paraquedas nesse vestibular. Faça o cursinho do CDB".

A ideia era que um paraquedista saltasse no pátio do colégio. Procurei o amigo Luizinho, que concluiu ser arriscado saltar num alvo no centro da cidade, com árvores e rede elétrica.

Escolhemos, então, o campo do aeroporto Teruel, de onde o voo teria mesmo que sair, depois a edição resolveria o resto. Levei dois cinegrafistas para acompanhar as coisas em cima e embaixo.

O aviãozinho minúsculo tinha só dois bancos e não tinha porta, só aquele buracão cheio de vento. O cinegrafista resolveu botar fé no cinto de segurança, com toda a coragem que Deus lhe deu, para se esticar ao máximo e filmar o salto... só que... com uma condição.

Olhou pra mim e o olhar dele queria dizer exatamente isso: "Cara Lenilde, realmente eu fui doido em aceitar essa doideira que você inventou e não vou fazer isso sozinho". O olho disse e a boca falou: "Só subo se você subir também". Tentei argumentar: "Não tem banco pra mim..." O piloto, doido pra resolver o serviço, respondeu: "Não tem problema. Eu amarro você no banco do cinegrafista".

Nada como provar da própria criatividade. Sentei no piso do aviãozinho, me amarraram e subimos. Demos uma volta pra filmar o colégio, fazer uns takes da cidade e preparar o salto. Ui... ui... ui... nessa hora o aviãozinho ficou de banda e a lei da gravidade agiu.

Foi só uma escorregadinha, mas meu irmão... sentir na pele aquele buracão cheio de vento, não querendo imaginar que a corda podia arrebentar... Que cagaço! Respirei fundo e o Luizinho saltou.

Mais uma volta e aterrissamos, Que alívio! "Uai, vocês não vão me desamarrar???". O cinegrafista respondeu: "Não senhora! Melhor fazer mais uma pra garantir". E lá fomos de novo. "No próximo vestibular, penso em uma coisa mais fácil..." 

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