Comportamento

Para não ver cães morrerem na rua, Márcia montou “albergue” canino

Comerciante quer fazer novas adaptações, mas teme ter de desmanchar o abrigo

Danielle Valentim | 05/09/2019 09:37
Gratos pelo acolhimento, eles ficam ao redor de Márcia como se a tratassem como “mãe”. (Foto: Danielle Valentim)
Gratos pelo acolhimento, eles ficam ao redor de Márcia como se a tratassem como “mãe”. (Foto: Danielle Valentim)

O animal doméstico mais prestigiado nas casas brasileiras, ainda sofre com o abandono. Para amenizar o problema onde mora, a comerciante Márcia Elaine Inácia Fernandes, de 54 anos, decidiu ajudar a sua maneira e, agora, quem passa pelo cruzamento da Rua Francisco José Abrão com a Rua Aladim, no Jardim Imperial se depara com um cercado diferente numa loja de serviços para motocicletas: é um albergue canino.

Sem ligar para a beleza, Marcia resolveu fechar parte de sua propriedade para acolher cães que estavam na rua passando fome, sede e ao relento em dias de sol forte ou chuva. Sem ajuda de ninguém, Márcia montou uma casinha que tem até piso e a ração servida é de marca de qualidade.

Os animais até dão uma voltinha durante o dia, mas agora têm onde passar a noite. “A cadelinha nova é a que mais sai”, conta.

A casinha tem até piso. (Foto: Danielle Valentim)
A cadelinha mais nova é a que mais sai. (Foto: Danielle Valentim)

O espaço tem uma parte coberta e em dias de chuva ou noites muito frias, a área de acolhimento se estende para a garagem do imóvel, que conta até com cobertores.

Ao Lado B, Márcia contou que começou o trabalho há pouco mais de um ano e nos últimos meses surgiu mais uma hóspede. O “albergue” já conta com quatro animais. “Antes eu ficava cuidando a loja e via eles ao relento. Eu ficava com muita dó, porque eles ficavam procurando a sombra da árvore”, conta.

Os cachorrinhos são dóceis e a reportagem entrou no espaço sem nenhum problema. Gratos pelo acolhimento, eles ficam ao redor de Márcia como se a tratassem como “mãe”.

Na foto aparece o Grandão. (Foto: Danielle Valentim)

Nem tudo são flores - A comerciante teme ter de desmanchar o cercado por conta de denúncias de outros moradores. “Tem gente que alega maus-tratos, mas aqui tem a parte coberta. Outros dizem que criança pode pôr a mão na grade e ser mordida, mas eles não avançam em ninguém. Como posso mal trata-los se aqui eles comem, matam a sede e dormem na casinha ou sob a cobertura? E agora não sei o que fazer”, questiona Márcia.

Umas das saídas, caso tenha de fechar o espaço, será levar os animais para uma chácara de sua propriedade. O problema é que a família só vai a passeio. Márcia é cuidadosa e limpa a área todos os dias, para o espaço não juntar fezes.

Os três primeiros são mãe e filhos, chamados de Menina, o Grande (por ser maior que o irmão) e o Nino. A quarta é novata e ainda está sem nome. O cruzamento é bastante movimentado e Márcia lembra que Nino já foi atropelado em meio ao fluxo de veículos da região.

Antes do acolhimento, Nino já tinha sido atropelado. (Foto: Danielle Valentim)

A ideia de Márcia apesar de criticada por alguns, também recebe elogios. Afinal, o importante é tirar os bichinhos da rua. Mas para quem não pode fazer como a comerciante, alternativas são o que não faltam.

ONGs (Organizações Não Governamentais) de proteção animal tiram todos os dias muitos das ruas, cuidando após abandono e resgatando de canis clandestinos. Esse trabalho gera gasto e você pode ser um voluntário.

Confira lista que o Lado B montou com programas, grupos, ONGs e Instituições que fazem esse trabalho e que precisam de ajuda (Clique Aqui).

Curta o Lado B no Facebook e Instagram.

Nos siga no