Comportamento

Para acabar com rejeição aos flanelinhas, rapaz apela para o suingue

Anny Malagolini | 02/04/2014 14:21
"No estilo', Cleber trabalha vestindo roupa social (Foto: Cleber Gellio)
"No estilo', Cleber trabalha vestindo roupa social (Foto: Cleber Gellio)

Nas ruas das cidades, é só estacionar o carro que logo vem um flanelinha pra dizer: “Bem cuidado, aí, chefe!”. Mas até nesse meio o investimento é a alma no negócio. Para passar mais confiança aos motoristas e, de tabela, ganhar uma gorjeta gorda, no cruzamento da rua Goias com a avenida Afonso Pena, Cleber Azevedo Araújo, de 25 anos, também usa o suingue.

Debaixo de um sol de mais de 30 graus, o figurino é todo de preto. A roupa social, inclusive no estilo do sapato, tem duas diferenças marcantes. No pescoço, uma corrente carrega a imagem de Nossa Senhora Aparecida, e na cabeça, o chapéu de lado dá um ar de figuraça. “Isso passa mais confiança, pensam que não sou qualquer malandro”, justifica.

Há dois meses, ele escolheu o endereço para cuidar os carros no horário do almoço no restaurante italiano. Com parte do dinheiro que juntou durante o período trabalhando no local, comprou as roupas novas pensando em dois ídolos, Chris Brow e Michael Jackson.

Na rua, ele também arrisca alguns passinhos e conta que com isso até gorjeta de R$ 20,00 já recebeu. “Assisto clipe e tento fazer igual. Quem sabe não gravo um aqui na rua?”, brinca.

Cleber não terminou o colegial, parou na extinta 8ª série e foi ganhar a vida trabalhando em obras. Depois de um acidente, teve de abandonar a profissão e então começou a cuidar de carros.

Sem armas, ou algum acessório de defesa, se alguém tentar levar o carro, o jeito é usar a voz e gritar: “Pega ladrão”. Mas enquanto o bandido na aparece, o único grito é de despedida e ao estilo Michael Jackson, com um "Auuuu!"

Acessório indispensável são os fones para ouvir música (Foto: Cleber Gellio)

Apesar de ser quarta-feira, que tal dançar? 

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