Comportamento

Pai cria reunião só para homens discutirem como lidar com os filhos

Paula Maciulevicius | 27/08/2014 06:50
Roberto garante que os pais também tem relatos para dividir como por exemplo as noites de sono. (Foto: Marcelo Victor)
Roberto garante que os pais também tem relatos para dividir como por exemplo as noites de sono. (Foto: Marcelo Victor)

"Na lista do que levar para a maternidade, para a criança tinham 18 itens, para a mãe também uns 20, para o pai eram três: pijama, escova de dentes e chinelos. Isso resume a importância do pai e não é bem assim". Relembra o arquiteto Roberto Ungerer, de 46 anos, ao se preparar para a chegada de Marina, hoje com 2.

"Culturalmente", são mais as mães que participam mesmo de toda preparação do antes e o compartilhamento de histórias do 'depois', mas Roberto garante que os pais também tem relatos para dividir. "Dormir? Até hoje eu não sei o que é dormir bem, dormir direto, tranquilo. Só quando viajei à trabalho, mas esse momento não conta", comenta. Dentro dessas conversas que podem ser desde o humor da esposa até episódios do dia a dia que médicos não explicam e os livros também não, é que o arquiteto quer trocar experiências entre pais.

Marina, hoje com 2 anos, foi a responsável pela mudança na vida de Roberto. (Foto: Marcelo Victor)

Como um clube do bolinha, ele convidou um grupo para conversar neste próximo sábado. "É uma troca de informação, um bate papo descontraído e só de pais até para eles ficarem mais à vontade em falar de repente que a minha mulher estava assim, assado, teve isso, aquilo", divide.

O papo não será de especialista e público e sim uma breve introdução e apresentação de cada um. "Vou puxar o assunto, falar da minha experiência. Vamos falar de dúvidas, medos, se eu passei por uma situação, alguém ainda vai passar. Um pai pode dizer que a filha dele teve aquilo e que é normal, essa troca de informação vai ajudar a entender melhor a criança e o pai", exemplifica.

Além das noites mal dormidas no currículo, Roberto fala abertamente dos primeiros seis meses da filha, que foram como de qualquer bebê. "Quando nasce, a criança é sem graça. Ela só mama, dorme, chora, você tem que trocar fralda, ela não interage, só dá trabalho. É lindo, mas e aí meu filho, vamos brincar? Só a partir dos seis meses que começa a ficar mais interessante e daí cada fase se torna mais divertida. É cansativo e gostoso também ver que ela está crescendo, se desenvolvendo", descreve.

Desde a gestação da esposa, Roberto assumiu que também estava grávido. Nos preparativos para receber a primeira filha, o casal mudou de vida e fundou uma empresa especializada em assessoria à gestante e à família. Dentro da nova rotina, de ser pai, Roberto procurou ler o que havia no mercado, fez todos os cursos para gestantes, mas na prática, viu que não sabia quase nada. "Faltou muita informação que eu gostaria de ter tido e não tivemos e aí começamos a ver a necessidade de mudar", explica. E ele segue essa linha até hoje.

O primeiro encontro já tem o tema "Como meu filho vai nascer", para abordar a paternidade desde a raiz, mas para os próximos, Roberto acredita que os assuntos devem surgir naturalmente. "O encontro que vai dizer, estamos aprendendo, para onde vamos, não sabemos ainda, o tempo que vai nos dizer", resume.

Já são esperados 10 pais, mas a reunião é de graça e está aberta. O primeiro encontro é neste sábado, dia 30, às 18h, na cafeteria Fran’s Café, na esquina das ruas Cândido Mariano e 13 de Junho. As inscrições podem ser feitas pelo site www.papodegaia.com.br ou pelo telefone 3046-6240 das 14h às 20h.

O primeiro encontro já tem o tema "Como meu filho vai nascer" para abordar a paternidade da raiz. (Foto: Marcelo Victor)
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