Comportamento

No Dia do Amigo, a história de duas mulheres que nem o oceano conseguiu separar

Révilla é de Sonora, interior do Estado, e há cinco anos mora no Reino Unido, mas a amizade de infância continua a mesma

Eduardo Fregatto | 20/07/2017 06:15
As amigas Hellen e Révilla, molhadas após banho de mangueirão, no barro da fazenda, em Sonora. (Foto: Acervo Pessoal)
As amigas Hellen e Révilla, molhadas após banho de mangueirão, no barro da fazenda, em Sonora. (Foto: Acervo Pessoal)

Em celeração ao Dia do Amigo, o #TBT de hoje fala sobre amizade. A foto acima é uma lembrança que alivia a dor saudade sentida pela estudante de Enfermagem Révilla Riccucci, de 26 anos. Foi tirada há 11 anos, em 2006, numa fazenda da cidadezinha de Sonora, interior do Estado. 

Foi lá que Révilla nasceu e cresceu. "Lembro que naquele dia estava muito sol, muito calor, e fomos tomar banho de mangueirão, no barro. Tenho muita saudade daquele tempo, não tínhamos preocupações", diz. Atualmente, Révilla mora no Reino Unido, na Escócia, com o filho pequeno e o namorado.

Ela está feliz com a vida no exterior, mas não esconde as dificuldades de morar longe dos melhores amigos e da cidade que se criou. "Não existe nada melhor que a terra da gente, o idioma, a comida, o clima... Fui num casamento recentemente, meu namorado encontrou todos os amigos do tempo de escola dele. Eu já não tenho isso aqui", lamenta.

Na imagem, ela estava com uma de suas melhores amigas da época, Hellen Caroline. "Minha amiga de alma. Que saudade de você", escreveu Révilla nas redes sociais, junto da imagem nostálgica. "De quando a gente comemorava seu aniversário juntas, de ir pro rancho. São tantas saudades, aliás, saudade é o amor que fica, não é?".

Mesmo há cinco anos morando fora, e com a distância gigantesca que as separa, Révilla e Hellen Caroline mantém contato diariamente. Se falam por WhatsApp e internet. Ainda são as cúmplices uma da outra. "Amiga da escola é uma coisa que a gente leva pro resto da vida. A gente não perdeu o contato. Eu sempre sei dos rolos dela, ela sempre sabe dos meus rolos, da vida, namorados, de emprego", conta Révilla. "Ela é filha única, não tem irmãos, e aí acho que isso faz a gente ser tão próximas. Confesso que no começo a achei metida, muito patricinha e eu sou mais favela, mas logo que vi que tinha um coração de ouro".

A futura enfermeira lembra das "baixarias" que viveram juntas, em Sonora. "A gente matava aula, uma vez a mãe dela nos pegou no flagra e queria matar ela de porrada. Outra vez ela me fez sair de pijama na rua, às 2h da manhã, pra ver se o namorado dela estava em casa mesmo", recorda, aos risos. "Ela desconfiava que o namorado tinha ido pro canavial com outra. Olha, tem muita lembrança, mas não posso falar mais pra não ficar difamada", brinca.

Révilla foi para a Escócia, na época, por conta de um relacionamento. Engravidou e teve seu primeiro filho por lá. Acabou se fixando no continente europeu. Apesar disso, sempre foi muito ligada a sua cidade natal. Quando se mudou para Campo Grande, falava a todo momento do orgulho de ter nascido em Sonora. "E eu ainda falo o tempo todo aqui na Escócia, sobre Sonora e Campo Grande", garante.

Apesar das dificuldades de viver tão longe de onde se tem raízes, ela se sente mais confortável ao conversar diariamente com as amigas que ficaram. "A vida aqui é boa, não tenho do que reclamar. Mas é bom saber que tenho essa amizade, que a Hellen está aí, pau pra toda obra. A gente é bem unida mesmo com o oceano nos separando", finaliza, provando que a amizade é capaz de confortar independentemente de qualquer distância.

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