Comportamento

No consultório, paciente escolhe música preferida para aliviar medo de dentista

Pacientes de Luiz também amam a cadeira com massagem durante o tratamento dentário

Danielle Valentim | 15/05/2019 06:40
Paciente tem massagem na cadeira e escolhe o quer ouvir durante o tratamento dentário. (Foto: Henrique Kawaminami)
Paciente tem massagem na cadeira e escolhe o quer ouvir durante o tratamento dentário. (Foto: Henrique Kawaminami)

O temido barulho do motorzinho faz muita gente fugir do dentista. Mas o ruído assusta até quem trabalha com isso. O cirurgião-dentista Luiz Augusto de Souza admite o trauma da caneta de alta-rotação e, por isso, buscou formas de amenizar a agonia de quem chega para ser atendido. Em seu consultório, o paciente tem massagem na cadeira e escolhe o quer ouvir durante o tratamento dentário.

“Eu tenho muito medo de dentista. É engraçado, mas é um trauma de infância. Eu entendo cada paciente e sempre estudo técnicas para reduzir esse medo. Aqui no consultório usamos a música. O som musical é processada no centro das emoções onde também se concentra o medo e o estresse. As canções também são capazes de aumentar a sensação de prazer”, pontua o dentista, que também é especialista em tratamentos endodônticos e transplantes.

Cirurgião-dentista Luiz Augusto de Souza admite o trauma da caneta de alta-rotação. (Foto: Henrique Kawaminami)

De Roberto Carlos ao grupo Rouge, Dr. Luiz já ouviu de tudo um pouco. A maioria pede o fone, mas há quem prefira mesclar o som do motorzinho com uma música em som ambiente.

“Com a música o paciente fica mais à vontade. Tem quem prefira a música clássica outros não, mas a ideia é que ele ouça a preferida para atingir o relaxamento. Tem paciente que prefere o fone, mas outros querem oscilar entre o som da caneta e a música. Introduzi o método e tem dado certo. Tem tratamento ao som de funk, Rouge, pagode e até rock, geralmente, quem tem mais medo pede músicas mais calmas como o MPB”, explica.

Mas não e só música, a cadeira com vibrações completa a sessão de “SPA”. Quem entra tenso, sai com dente tratado e corpo relaxado. A enfermeira Mônica Jungef, de 33 anos, é paciente de Luiz e garante que sua coluna agradece.

Mônica e o pai Aloísio em dia de consulta. (Foto: Divulgação)

“Eu, particularmente, gosto muito. A gente relaxa, principalmente quando é música que conhece. Já pedi Rael, Tulita Ruiz, o que chamam de nova MPB. Agora, a massagem na cadeira é maravilhosa, sofro com lombalgia e a massagem evita que eu saia com dores”, frisa.

A enfermeira faz o tratamento junto ao pai, o aposentado Aloisio Jungef, de 68 anos. Ele é o responsável pelos dias de cantoria de Roberto Carlos.

Luiz ressalta que a inclusão da música como alívio para tensões no consultório não é apenas diversão, mas um método baseado em estudos científicos.

Luiz reforça que é tudo baseado em estudo. (Foto: Henrique Kawaminami)

Análises feitas por pesquisadores do Brasil e do Reino Unido tiveram resultados animadores. O artigo publicado na revista Evidence-Based Complementary And Alternative Medicine pontuou teste com 50 pacientes com dois tipos de inflamações dentárias.

Na prática, metade passou por tratamento de canal ouvindo “Träumerei”, ópera de Robert Schumann e a outra metade com fone desligado.

Pela saliva, o pesquisadores observaram que o grupo que ouviu música apresentou nível menor de cortisol, o hormônio do estresse, e menos sobrecarga cardíaca.

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