Comportamento

Nem fase ruim faz Andréa desistir de usar 46 camisetas do Corinthians

A torcedora fanática abre mão de qualquer look da moda para exibir suas camisetas originais do Timão.

Suzana Serviam | 17/06/2022 07:43
Andréa ao lado de sua coleção de camisetas. (Foto: Arquivo pessoal)
Andréa ao lado de sua coleção de camisetas. (Foto: Arquivo pessoal)

Ela debocha do time adversário, mas também joga a real sobre a situação do seu time de coração. Embora Corinthians não esteja na sua melhor fase, nada faz Andréa Vinturino Lopez, de 35 anos, abandonar o guarda-roupa que muito corintiano fanático sonha: com 46 camisetas originais do time. No dia a dia, ela usa todas as camisetas e tem regras de lavagem especial para não perder nenhuma. 

Do lado esquerdo está Tupanzinho e a direita está Biro Biro. (Foto: Arquivo Pessoal)

A paixão pelo Corinthians começou com o pai. Emocionada ela lembra do dia que retornava do trabalho e precisou respirar fundo porque a duas quadras da sua casa, no Guanandi, estavam os ex-jogadores Biro Biro e Tupanzinho. "A dupla estava em Campo Grande e foram até a casa do meu vizinho fanático. Nos contaram e corremos lá para ver, ficamos emocionados", recordou. 

Em dezembro de 2021, o Chicão também esteve em Campo Grande para uma ação beneficente e Andréa tietou o máximo que pôde. Inclusive o ex-jogador autografou várias camisas oficiais dela. 

Camisetas que viraram coleção. Ao todo são 46 originais de época e todas ela costuma usar no dia a dia. O cuidado com cada peça é lavar à mão e usar somente sabão líquido para roupas delicadas. Na hora de escolher a preferida, Andréa não conseguiu responder, porque cada uma tem uma história especial.

A primeira camisa que Andréa comprou saiu por R$ 170, era uma de 1995. A segunda adquirida foi do ano de 1996 e o valor foi o mesmo da primeira. Desde então ela passou a economizar para comprar lotes.

Em sua coleção há também uma miniatura do estádio. "Encontrei na internet por R$ 130, lá na arena Corinthians é o mesmo valor só que uma menor, daquelas que cabem na mão. A minha tem 32 por 32 cm, luz de led e toca 10 segundos do grito da torcida". 

Coleção de camisetas que Andréa guarda com muito carinho. (Foto: Arquivo pessoal)

Andréa possui grupos do WhatsApp para as pessoas divulgarem produtos do time. Mas apesar da paixão, ela precisa lidar também com o machismo. "A opinião feminina não tem muito valor, os caras não dão muita moral", diz. Mas Andréa não desiste e diz que já virou referência no ramo de colecionadora, algo que a deixa muito orgulhosa.

Ela diz que o time é muito mais que futebol e a identificação aconteceu exatamente na formação do Corinthians. "Porque eles começaram com trabalhadores, operários. Foi o primeiro clube a dar oportunidade para o jogador negro. A gente se sente representado pela democracia corintiana dos anos 80 em que Sócrates lutou para que a torcida tivesse voz".

Andréa mostrando miniatura da arena. (Foto: Henrique Kawaminami)

Mesmo sabendo que o time não está numa fase boa, Andréa rasga o verbo. "O dinheiro fala mais alto que o próprio futebol". E diz que sente falta de jogadores que entregam tudo no jogo. "A gente ama o clube, mas esses jogadores novos não são ídolos ainda, porque já entram ganhando rios de dinheiro e na hora de jogar não fazem isso com raça, é a impressão que dá", desabafa.

E em relação a fase ruim do time, Andréa segue o primeiro dos dez mandamentos do time que é amar o Corinthians acima de qualquer resultado, partida e jogador. 

Guarda roupa da torcedora. (Foto: Henrique Kawaminami)

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