Comportamento

Mentira da adolescência, dizer que vai dormir na amiga acabou até em casamento

Paula Maciulevicius | 07/10/2016 06:15
Anne e Júnior se casaram em 2012, mesmo ano em que ela ia dormir na "Isabela". (Fotos: Arquivo Pessoal)
Anne e Júnior se casaram em 2012, mesmo ano em que ela ia dormir na "Isabela". (Fotos: Arquivo Pessoal)

Quem nunca disse para a mãe, avó e até aos freis do pensionato, que ia dormir na casa de "uma amiga"? A mentira da adolescência era essa. A amiga sempre sabia, a família dela, às vezes não e é aí que a gente acabava sendo descoberto. 

Anne Bonatto já não era adolescente, mas continuou usando essa desculpa para a avó. Publicitária, deixou Campo Grande para morar em Brasília e com um ano de vida lá, conheceu Júnior, através de uma amiga pelo Facebook.

À época, Anne estava com 27 anos e dona Maria de Lourdes, a avó, com 81. "Minha avó era super ligada e eu não apresentava qualquer pessoa pra ela. Para ver o Júnior, eu falava que ia dormir na casa da minha amiga Isabela", conta. 

Madrinha, a amiga Isabela foi usada como 'desculpa' por muitas noites.

Só que dona Maria de Lourdes não era besta, mandava mensagem e ligava o tempo todo para a neta, até que um dia resolveu ligar na casa de Isabela. Foi quando descobriu que na verdade, Anne não dormia lá.

"E ela ficou calada. Um belo dia, pegou a chave da casa dela da minha bolsa e me mandou uma mensagem: 'volte para casa hoje senão você não entra mais'. Eu pensei que ela estava louca, eu tinha a chave e quando fui procurar... Cadê?", recorda.

Irritada com a situação, a publicitária lembra que até chorou pensando que não tinha mais 15 anos. "Foi aí que o Júnior me pediu em namoro e foi se apresentar para a minha avó". Depois de descobrir quem era Isabela, claro que a neta levou bronca e sobrou até para Júnior. "No começo, ela não gostou dele não, porque menti pra ela, mas aos poucos foi gostando e hoje eles se dão bem", conta.

A mentira acabou no altar. E em dois meses eles se casaram. A avó, sempre que podia falava: "era na casa 'dessa Isabela' que você ia dormir, né?", brinca Anne. Isabela foi madrinha e dona Maria de Lourdes, riu como adolescente na festa. 

Casal com a avó, dona Maria de Lourdes, que quando descobriu que era passada para trás, tratou de se "vingar".

Para os freis - Estudante de Direito, ela prefere não se identificar, mas deixa o Lado B contar toda a história. Hoje casada e com filho, a jovem volta no tempo ao lembrar que mentiu para a mãe e os freis do pensionato onde vivia.

A família morava em Corumbá e em 2010, ela havia passado no vestibular em Campo Grande enquanto o namorado tinha ido para Sinop, no Mato Grosso. "Adolescente é meio doido, eu estava com 17, morando aqui e no feriado de Páscoa, resolvi que ia para lá fazer uma surpresa e fui", conta.

Para dar credibilidade à mentira e sair nem que ninguém percebesse que ela ia viajar, disse que estava indo estudar o final de semana todo na casa de uma amiga. "Eu recebia uma mesadinha e era basicamente o preço da passagem, eu fui andando até a praça, peguei um ônibus até a rodoviária, comprei a bendita passagem e não me sobrou basicamente mais nada", lembra.

Foram quase 24h de viagem, durante o trajeto, a estudante ganhou umas maçãs de passageiros e quando estava quase chegando, recebeu a mensagem do namorado, falando o quanto queria que ela estivesse lá. "Eu só respondi: tô chegando. Louca de tudo... Ele pagou a volta pra mim", narra.

Enquanto esteve lá, a jovem chegou a conversar com a mãe pelo telefone, normalmente. Mas foi descoberta justamente pelas ligações, um mês depois, quando veio a fatura do celular. "O DDD diferente... Me ferrei muito". Hoje ela ri, mas à época... 

De táxi para Bonito - A mãe da arquiteta Paula Magalhães nunca ficou sabendo, mas na adolescência, ela e duas amigas falaram em casa que dormiriam uma na casa da outra e se mandaram de mala e cuia para a rodoviária.

O que elas queriam era passar o Carnaval em Bonito. Lá, não encontraram mais nenhum ônibus, mas acharam quem topasse dividir a viagem num táxi. "Ele cobrou da gente na época R$ 260, fomos em seis dentro do táxi", recorda aos risos. 

O trio ficou escondido num hotel com amigos em Jardim. Pularam um dia lá, foram de carona até Bonito, festaram na tarde seguinte e depois voltaram, de ônibus para Campo Grande. À época do ocorrido, ela tinha 16 para 17 anos e a mãe só ficou sabendo agora, 10 anos depois. O que sobraram foram risadas, já que a Paula de hoje até já se casou. 

E você? Qual foi sua mentira da adolescência? Conte pra gente no Lado B.

 

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