Comportamento

Imagem de São Sebastião conduz cavalgada de devotos ao santo

Ângela Kempfer e Cleber Gellio | 19/01/2014 09:02
Cavalgada tem cerca de 100 participantes. (Fotos: Cleber gellio)
Cavalgada tem cerca de 100 participantes. (Fotos: Cleber gellio)

A festa chegou à 64ª edição, mas apesar da tradição, quem é devoto de São Sebastião saiu hoje em cavalgada pelas ruas de Campo Grande para divulgar a homenagem ao santo considerado padroeiro dos militares, dos injustiçados, e protetor contra pestes e epidemias.

A imagem de São Sebastião, em uma charrete, conduz cerca de 100 pessoas e seus cavalos, desde a paróquia, no bairro Monte Carlo, até o Clube do Laço CLC, na saída para Rochedinho. Ao som do berrante, o percurso tem mais de 20 quilômetros.

A auxiliar de vendas Valeria dos Santos, de 46 anos, apareceu com a família, sem esquecer do neto de apenas 5 anos, já “experiente” na cavalgada que começou no ano passado. “Desde a primeira ele vem e pede para participar”, conta a avó.

Com chapéu e no estilo comitiva pantaneira, Rodrigo vai sobre o cavalo Pipoca, conduzido no chão pelo pai, para evitar qualquer incidente. “Ele anda a cavalo desde que nasceu e diz que um dia quer participar da prova do laço”, comenta Valéria, orgulhosa.

Rodrigo tem 5 anos, mas vai sobre o cavalo.

O padre Marcelo Tenório é o responsável pela celebração, mas vai de carro. “Até gostaria de ir a cavalo, mas não sei montar. Então, meu veículo de quatro patas e o carro”, brinca.

Ele explica que São Sebastião é considerado santo protetor contra pestes, por isso tantas pessoas ligadas ao campo participam das homenagens, para pedir proteção para lavouras. “Mas também é o momento de fazer agradecimentos”, diz o padre.

Para participar, os fiéis tiveram de acordar antes do horário normal da missa de domingo. A concentração começou às 6h30 e o percurso terminará com churrasco e leilão de gado no Clube CLC.

Com 64 anos, a festa de São Sebastião faz parte do calendário cívico e cultural de Campo Grande. As homenagens começaram no dia 10 de janeiro, com procissão, novena, quermesse e terminam com festa amanhã, dia 20, data oficial do santo.

Segundo a Igreja, Sebastião tinha à frente uma brilhante carreira no exército romano, ao mesmo passo em que pregava a fé cristã. Denunciado ao imperador da época, teve de pessoalmente dar satisfações. Na ocasião, lhe foi dado a oportunidade da vida, desde que negasse sua fé.

Ele não o fez e por isso foi teve o corpo amarrado a uma árvore e depois atingido por lanças. Não morreu e novamente foi até o imperador, dessa vez por conta própria, anunciar que a fé que queriam que ele negasse, foi justamente o que o salvou. Não teve uma segunda chance e foi açoitado até a morte, no dia 20 de janeiro de 288.

Os católicos acreditam que no ano de 680, epidemia e peste assolavam Roma quando o Papa pediu que fosse realizada uma procissão com as relíquias do Santo e imediatamente as doenças cessaram.

Como também ganhou o título de padroeiro dos injustiçados, São Sebastião é considerado protetor da comunidade gay.

Imagem abre cavalgada em charrete.
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