Comportamento

Gente que ensaia há anos, mas nunca faz a 1ª tatuagem

Anny Malagollini | 28/11/2012 10:45
Larissi acabou na henna, apesar de anos de vontade de tatuar o corpo.
Larissi acabou na henna, apesar de anos de vontade de tatuar o corpo.

Anos de ensaio para fazer a tatuagem definitiva e tudo acabou em uma sessão de “henna”. A indefinição sobre o desenho que vai durar uma vida é só o começo da via sacra para a estréia nesse mundo.

Até o local do corpo a ser tatuado virou um dilema para Larissi Lima. Aos 34 anos, desde 2007 ela ensaia a primeira tattoo, mas nunca conseguiu ultrapassar a fase da henna, da tinta removível.

“Hoje cheguei pensando em fazer uma borboleta e sai com uma flor de henna. Estou muito indecisa, tenho medo de arriscar”, explica, depois de muitas idas e vindas ao estúdio de tatuagem.

O marido já tem vários desenhos impressos, gosta de esportes radicais e Larissi, para entrar na onda, tenta vencer os obstáculos que ela mesma impôs para enfrentar as agulhas. “Também tenho medo da dor”, admite.

 

Camila ainda no ensaio e o noivo totalmente tatuado.

Camilla Vilanova, 24 anos, e o publicitário Fábio Vieira, estão juntos há mais de seis anos. De lá pra cá o que mudou, além do anel de noivado, foi o número de tatuagens em Fábio, que hoje chega a 30.

Aos 17, ela começou a namorar Fábio, já todo tatuado. Para não aumentar a surpresa junto à família, Camilla resolveu deixar a sua tatuagem para depois.

“Minha mãe autorizou a fazer a primeira assim que eu completasse 18 anos, mas até hoje nada”, lembra Camilla.

Na verdade, não é literalmente “nada”. Camila tem um ponto tatuado na mão. A vontade é tanta que para saber como é a dor a moça ganhou uma agulhada, mas a marca é visível só para ela, uma pinta.

O casal oficializou o noivado, já está com o casamento marcado e agora a próxima promessa e de no dia da união mostrar uma tatuagem fresquinha ao marido, para marcar a data. “Vai ser surpresa, não defini nem o local”, diz a noiva. Se ela terá coragem, o Lado B só vai descobrir no dia 13 de julho, dia do casório.

Apesar dos exemplos citados aqui serem femininos, para o tatuador Fabio Monteiro, 38 anos, os que mais desistem são os homens.

“As mulheres aguentam mais, elas são biologicamente preparadas para sentir dor”.

Um dos motivos que levam a pessoa a desistir na hora da tatuagem também se deve a falta de planejamento, acredita Fábio.

“A pessoa tem que ter convicção do que quer tatuar, pois é para sempre. Ela deve se projetar e nunca ir pela moda, porque ela é passageira. A tatuagem tem que ter identificação pessoal”.

Nos siga no