Comportamento

Festas populares são as que mais falam da nossa cultura e sobrevivem de esforço

Naiane Mesquita | 13/06/2016 07:25
Festa de São João de Corumbá tem a tradição de banhar o andor nas águas do Rio Paraguai (Foto: Fernando Antunes)
Festa de São João de Corumbá tem a tradição de banhar o andor nas águas do Rio Paraguai (Foto: Fernando Antunes)

As festas que nem sabemos desde quando começamos a gostar são aquelas que mais falam da nossa cultura, da história de um povo. Tradicionais, folclóricas e especiais, elas foram criadas há anos e se mantêm vivas pelo nosso esforço.

Para a estudiosa de manifestações culturais folclóricas, professora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e fundadora do grupo de dança Sarandi Pantaneiro, a tradição sempre vai nascer de forma espontânea, caso contrário, é indústria cultural.

“Tradição é um processo que a comunidade desenvolve, espontaneamente, por conta própria”, acredita.

É claro que muitas histórias rompem fronteiras, em especial, as manifestações religiosas do mês de junho e julho, cheias de homenagem a santos e divindades de um País que já foi praticamente católico.

No clima do Casório do Ano, que no dia 2 de julho vai forrar de bandeirinhas a Praça Cuiabá, em Campo Grande, o Lado B decidiu falar um pouco sobre as festas tradicionais de Mato Grosso do Sul e que servem de inspiração para nossa festa que segue para a 4ª edição em 2016. 

<h1>Banho de São João em Corumbá

No dia 24 de junho é comemorado o dia de São João e em Corumbá, distante a 415 km de Campo Grande, a festa é dos andores, que descem rumo ao Rio Paraguai.

É tradição dos povos da região banhar o santo nas águas e para as moças que querem casar, nada melhor que passar embaixo do andor sete vezes.

Os andores são confeccionados nos terreiros de umbanda da cidade, o que torna a festa uma celebração de várias religiões.

Para aguentar a maratona até a meia noite do dia 24 de junho, nada melhor que sarravulho, arroz carreteiro, doces de milho e bolo de arroz socado no pilão.

Santo é banhado nas águas do Rio Paraguai. (Foto: Divulgação/Prefeitura)

<h1>Festa do Divino

Realizada na Comunidade de Santa Tereza, no município de Figueirão, a 74 km de Camapuã, a festa começou em 1909 por um casal da família espanhola Malaquias.

O ápice do evento é a chegada da Bandeira do Divino Espírito Santo, carregada por cavaleiros perfilados, com músicas e cantorias chegam à igreja local. No momento dezenas de fieis cumprem promessas.

A parte social é coordenada e religiosa é coordenada pelo padre João Alves, pároco de Figueirão, no entanto, muitos atos tradicionais são coordenados pelos integrantes da família Malaquias e suas ramificações.

Durante os dias que antecedem a festa, realizada em maio, cerca de 15 vacas são abatidas, sendo que o prato principal é o churrasco. Em dias movimentados cerca de 2 mil pessoas participam do evento.

Festa do Touro Candil em Porto Murtinho. (Foto: Arquivo/CG News)

<h1>Nossa Senhora de Caacupé e Touro Candil

No dia 8 de dezembro é comemorado o dia de Nossa Senhora de Caacupé, padroeira dos paraguaios. Em regiões, onde a influência paraguaia é forte costuma-se comemorar na noite que antecede ao dia de santa, em que as famílias representam a lenda do Touro Candil, famosa também no Paraguai.

Em Porto Murtinho, onde a cultura é muito forte, os participantes fazem a brincadeira do bola-ta-ta ou pelota tatá, uma bola de pano encharcada de óleo em que a é ateado fogo. Os brincantes chutam a bola de um para outro, brincando até que a mesma se apague.

Na continuidade, entra El Toro Candil para alcançar o auge da festa. Quando se acham cansados, os brincantes vão para o salão, a rua ou a quadra e dançam (podendo ser homens com homens ou com mulheres, mesmo porque estes podem não se conhecer) ao som de salsas, guarânias, polcas e/ou merengues.

A festa se tornou mais conhecida durante o ano de 2013, quando a administração municipal mudou alguns traços e apresentou um duelo entre Bandido e Encantado, que seriam filhos de Candil, mas o evento perdeu força. No cardápio da festa há espaço para sopa paraguaia, chipa e outras comidas fronteiriças.

Comemoração japonesa em Campo Grande. (Foto: Divulgação)

<h1>Bon Odori

Tradicional da cultura japonesa, o Bon Odori acabou se tornando parte de Mato Grosso do Sul, especialmente de Campo Grande, que recebeu tantos imigrantes do País e incorporou de forma tão natural a cultura, inclusive, na gastronomia. O Obon é uma tradicional festividade japonesa que tem sua origem no Budismo.

A festa simboliza gratidão pela boa colheita e celebra as almas dos antepassados através da dança, o Bon Odori, ao som dos tambores típicos japoneses (taiko), das flautas de bambu (fue) e do canto em estilo min’yo.

Costuma ser realizada em agosto, na Associação Nipo- Cultural de Campo Grande.

Fogos e fogueira em Jateí. (Foto: Divulgação/Prefeitura)

<h1>Festa da Fogueira de Jateí

Realizada há quase 40 anos, a festa da fogueira começa nos dias que antecedem a comemoração ao padroeiro da cidade, São Pedro, no dia 29 de junho.

Normalmente há shows musicais e pratos típicos da época, além do já citado churrasco tradicional.

Um dos destaques é que a fogueira costuma ser a maior de Mato Grosso do Sul e chegou a medir 60 metros de altura.

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